CD concede título de doutor honoris causa a Celso Amorim e debate concurso público

O Conselho Deliberativo se reuniu, no dia 26 de outubro, de forma virtual. Na pauta: concessão do título de doutor honoris causa ao embaixador Celso Amorim; homenagem ao virologista e ex-presidente da Fundação, Hermann Schatzmayr; informes sobre o concurso público e orçamento; e Programa de Empreendedorismo. Durante a sua fala inicial, o presidente Mario Moreira deu as boas-vindas ao novo procurador federal da Fiocruz, Loris Baena Cunha Neto, e à diretora interina da Fiocruz Amazônia, Stefanie Lopes.

Doutor honoris causa para Celso Amorim

O Conselho Deliberativo também aprovou, por unanimidade, a concessão do título de doutor honoris causa ao embaixador Celso Amorim, atual chefe da Assessoria Especial da Presidência da República. Ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, Amorim tem atuado nos últimos anos como conselheiro informal do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris), contribuindo com iniciativas de cooperação internacional da Fiocruz.

A homenagem foi proposta pelo diretor do Cris, Paulo Buss, que fez uma breve apresentação sobre a trajetória de Amorim. Buss destacou a experiência do diplomata enquanto embaixador-chefe das delegações do Brasil junto às Nações Unidas em Nova York e Genebra: foi presidente do Conselho de Segurança, entre 1998 e 1999, e presidiu a primeira etapa das negociações que resultaram na Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, tratado internacional de saúde pública assinado pelo Brasil em 2003.

“Celso Amorim é um dos mais importantes nomes da diplomacia brasileira do século XXI”, enfatizou Buss. “Ele difundiu o nome da Fiocruz como uma grande instituição na cooperação técnica e internacional de saúde do Brasil e demonstrou ser um dos maiores entusiastas nos temas relativos à saúde global e à diplomacia da saúde. Ter um doutor honoris causa do porte do Celso em seus quadros de honra também é um engrandecimento para a Fundação.”
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, celebrou a concessão da homenagem e ressaltou a contribuição do embaixador para as estratégias de internacionalização da instituição.

“Ainda como ministro, Amorim nos auxiliou muito nas orientações políticas a respeito dos nossos movimentos internacionais”, lembrou. “Dessa vez, essa proposta está saindo da própria Presidência. Tem todo o nosso apoio, dada a relevância desse nome para as estratégias da Fiocruz. É uma pessoa de grande relação com a Fiocruz, sobretudo no sentido de promovê-la internacionalmente.”

Informe sobre concurso

O diretor-executivo, Juliano Lima, e a coordenadora de Gestão de Pessoas, Andrea da Luz, fizeram um informe sobre o andamento interno das etapas para a realização do concurso público. Ao longo desta semana, será finalizada a fase de análise das demanda de cargos e vagas encaminhada pelas unidades. Foi marcada uma reunião extraordinária do CD, no dia 2 de novembro, com pauta única para deliberar sobre o quadro final e aprovação das 300 vagas do concurso. A publicação dos editais está prevista para dezembro de 2023.

Homenagem a Hermann Schatzmayr

Logo depois, os conselheiros analisaram a proposta de adoção do nome do virologista e pesquisador Hermann Gonçalves Schatzmayr ao Biobanco da Biodiversidade e Saúde da Fiocruz. “O Biobanco surgiu no contexto da pandemia da Covid-19 e ficou como legado no contexto de pesquisa científica, tecnologia, entre outros campos”, destacou a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira. 

Em sua justificativa, a vice-presidente relatou a trajetória de Schatzmayr, dedicada à ciência e à saúde pública em mais de 50 anos de atuação, com importante participação na construção da virologia e da biossegurança na instituição. Presidente da Fiocruz de 1990 a 1992, Schatzmayr é considerado um expoente da ciência nacional, com pesquisas pioneiras em varíola, poliomielite e dengue, sendo o responsável pelo isolamento dos vírus da dengue 1, 2 e 3 no Brasil. O virologista morreu em 2010. A proposta de criação do Pavilhão Hermann Gonçalves Schatzmayr foi aprovada por unanimidade. 

Informe sobre orçamento

No ponto dedicado aos informes, o coordenador-geral de Planejamento, Ricardo Godoy, apresentou um breve relatório sobre a execução orçamentária da Fiocruz em outubro. Embora o cenário seja de restrição, devido ao empenho de recursos menor que o previsto por parte do governo federal, a Fundação trabalha com a expectativa de entrada ainda em outubro de créditos solicitados ao Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento e discute a possibilidade de remanejar recursos de investimento para custeio.

Nas próximas semanas, a Comissão de Orçamento do CD deverá se reunir para alinhar as perspectivas para o final do ano. “Estamos lidando com um orçamento que foi elaborado no governo anterior e com um país que está tentando se reconstruir”, lembrou o diretor-executivo, Juliano Lima. “Temos tentado preservar o máximo possível as unidades e teremos que ser muito precisos, como sempre temos sido em todos os finais de ano, na escolha das despesas imprescindíveis.”
Iniciativas internas para o fortalecimento do SUS

Outro ponto de pauta foi a importância de um regramento para a promoção de iniciativas de base científica, tecnológica e social na Fundação. O programa apresentado, visa difundir e promover o empreendedorismo em prol do Sistema Único de Saúde (SUS), contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. 

A apresentação do tema foi feita por Maria Celeste Emerick, da Vice-Presidência de Inovação e Produção em Saúde (VPPIS), que abordou a importância dos debates ocorridos sobre o tema na instituição e a Política de Inovação. A aprovação da normativa será apreciada na próxima reunião do CD Fiocruz, nos dias 23 e 24 de novembro.

Cobertura: David Barbosa, Leonardo Azevedo e Pamela Lang (CCS/Presidência)