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CAMPANHA RIOS LIVRES, MANGUES VIVOS É LANÇADA COM BARQUEATA EM ILHA MERCÊS, SUAPE, PERNAMBUCO


28/07/2021

Fundação Oswaldo Cruz

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A tarde do último 26 de julho foi marcada por muita mística e sentimento de luta. Diversas organizações juntaram-se para dar as mãos na resistência contra o barramento construído por SUAPE no encontro do Rio Tatuoca com o mar. Fórum Suape, Quilombo de Ilha de Mercês, Caranguejo Uçá, CPP, Friocruz PE, Grupo Percussivo Nação da Ilha de Deus, pescadoras e pescadores de Maracaípe, da Praia de Suape e da Ilha de Deus encontraram-se em Ilha de Mercês, em Ipojuca, para o lançamento da Campanha Rios Livres, Mangues Vivos. Com batuque e bandeiras de protestos, a barqueata pelo Rio Tatuoca marcou o primeiro de vários dias de mobilização em torno da reabertura do Rio. 

O Rio Tatuoca e o mangue que o circunda garantem a soberania alimentar e a perpetuação dos modos de vida tradicionais e da identidade coletiva das comunidades pesqueiras que dele sobrevivem. Em especial, destaca-se a comunidade quilombola de Mercês, cujo território é banhado pelo rio.  

Com o barramento, a vazão natural das marés restou impedida, desequilibrando fortemente o ecossistema e ocasionando a morte de árvores de mangue, peixes, moluscos e crustáceos. Denúncias acerca do grave dano socioambiental são feitas à CPRH e ao MPF desde 2007. Ainda assim, o bloqueio é mantido irregularmente até hoje. 

As comunidades pesqueiras são as principais atingidas pelos danos socioambientais decorrentes do barramento. Evidencia-se o racismo ambiental do caso, na medida em que a escolha do local para a intervenção recaiu sobre uma região sabidamente habitada há gerações por comunidades negras, fazendo-as suportar os efeitos da degradação ambiental sem que sequer tivessem sido consultadas previamente ou compensadas por eles. 

A Campanha Rios Livres, Mangues Vivos é uma ação do Fórum Suape Espaço Socioambiental, em parceria com a comunidade quilombola Ilha de Mercês e o Caranguejo Uçá, para denunciar os danos socioambientais decorrentes da degradação de rios e manguezais, tomando como mote o caso do Rio Tatuoca. A campanha visa exaltar a importância dos ecossistemas estuarinos para o meio ambiente e para as comunidades da pesca artesanal, denunciar as ações danosas contra eles e cobrar providências das autoridades competentes. 

 

Pesquisa-ação voltada para territórios Saudáveis Sustentáveis 

O projeto Promoção de territórios saudáveis e sustentáveis e reparação de comunidades pesqueiras artesanais para superação das vulnerabilidades socioambientais no contexto da Covid-19 em Pernambuco coordenado pelas pesquisadoras Idê Gurgel e Mariana Olívia do Laboratório de Saúde Ambiente e Trabalho da Fiocruz Pernambuco está apoiando a Campanha e marcou presença no ato. 

A pesquisa que é financiada pelo PITSS e PPSUS/Facepe,  propõe junto com as comunidades pesqueiras o desenvolvimento de ações contextualizadas à realidade dos territórios, integrando qualidade de vida, respeito às demandas naturais e busca pelo desenvolvimento social, garantindo que a população tenha condições de protagonizar a resolução de suas problemáticas a partir de iniciativas de vigilância popular. O presente projeto de pesquisa-ação tem como objetivo principal fortalecer comunidades de pescadores(as) artesanais costeiros atingidos pelo derramamento de petróleo no contexto da pandemia de Covid-19 trabalhando na perspectiva da vigilância popular em saúde para a produção de tecnologias de saúde e a reparação comunitária integral.

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