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Cadernos de Saúde Pública tem nova edição

Manifestação no centro do RJ, em março de 2018, em repúdio ao assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.

08/02/2022

Fonte: Ensp/Fiocruz

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A edição de fevereiro do Cadernos de Saúde Pública, em seu editorial, parafraseia Zuenir Ventura, “se 2020 foi o ano que não terminou, 2021 foi aquele que esperávamos que terminasse encerrando um ciclo de pandemia, ataques à ciência, abusos antidemocráticos e aumento da desigualdade, no Brasil e no mundo”. Para as editoras Marilia Sá Carvalho, Luciana Correia Alves e Luciana Dias de Lima, as dificuldades enfrentadas para o avanço da vacinação e da adoção das medidas de mitigação e de proteção social abrangentes tornaram o Brasil um dos epicentros da Covid-19. O ano foi marcado por uma nova onda de transmissão, que alcançou um patamar médio de mais de 3 mil óbitos diários entre março e junho, e pela crise e colapso do sistema de saúde em todos os estados do país; além da piora das condições socioeconômicas e o retrocesso em várias áreas das políticas públicas. “A rotina não se restabeleceu, seja pelo velho ou pelo novo normal, e muito do que se planejou realizar não saiu do papel, em meio à espera e à indecisão crônica de autoridades governamentais.”

No editorial do fascículo, elas expressam a tristeza por mais de 600 mil vidas perdidas e pelas mentiras postas no altar, é preciso reconhecer que 2021 também expressa uma imensa vitória da ciência e dos sistemas públicos de saúde, que se sobressaíram na resposta à pandemia em todo o mundo. Neste ano, foram ampliados os esforços dos cientistas para se comunicarem para além dos pares. A ciência - com modelos de transmissão, R0, quadro clínico - apareceu destacadamente na mídia. Termos técnicos como “média móvel” fizeram parte de conversas cotidianas, assim como cientistas e divulgadores científicos tornaram-se rostos conhecidos do grande público, não só levando a conhecer as descobertas a respeito do vírus e da doença que ele causa, mas também marcando posição diante da globalização dos movimentos anticiência. “Tudo isso também passou a ideia de que na ciência não há certezas absolutas, de que recomendações mudam à medida que o conhecimento avança. E há ainda muito o que aprender.”

De acordo com o editorial, a pandemia da Covid-19 nos alerta sobretudo sobre o constante surgimento de patógenos infecciosos, emergentes e reemergentes, sobre a importância de dados públicos e transparentes, de um sistema de vigilância epidemiológica eficaz, do aprimoramento dos métodos diagnósticos, das vacinas, da atenção integral, das pesquisas básicas e aplicadas. Investimentos de médio e longo prazos e resultados acumulados por pesquisas de áreas diversas, após anos de investigações, são necessários para a produção de respostas adequadas aos problemas que atingem as populações.

O editorial ainda traz as mudanças do CSP para o novo ano, já anunciadas pelo Informe ENSP anteriormente.

Mais importante do que tudo, que 2022 seja um ano de renovação da esperança. É preciso esperança para se vislumbrar e trabalhar por um futuro melhor e mais justo, dizem as editoras.

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