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Cadernos de Saúde Pública: futuro das revisões sistemáticas é foco do editorial


30/09/2016

Fonte: Ensp/Fiocruz

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A edição de setembro de 2016 da revista Cadernos de Saúde Pública (volume 32 número 9) aborda a expectativa sobre as revisões sistemáticas. Com o intuito de adequar as revisões sistemáticas publicadas a avanços nesse campo do conhecimento e exercer seu papel de indutora de ciência e pesquisa, o CSP passará a adotar algumas novas recomendações para essas revisões a serem submetidas para publicação. Inicialmente, toda revisão sistemática deverá ter tido seu protocolo publicado ou registrado em uma base de registro de revisões sistemáticas, além de serem submetidas em inglês, objetivando otimizar o processo de avaliação por pares, na medida em que será possível convidar alguns dos autores dos artigos originais incluídos no manuscrito para emissão de pareceres, com exceção das relacionadas a temas exclusivamente brasileiros ou latino-americanos (por exemplo, prevalência de determinada condição na América Latina), que serão também aceitos manuscritos em português ou espanhol. De acordo com editorial da revista, o registro prospectivo dos protocolos das revisões sistemáticas é importante porque aumenta a transparência do processo de revisão, protege contra a possibilidade de publicação seletiva de resultados e permite melhor escrutínio por parte dos revisores acerca do que havia sido planejado e foi, de fato, executado pelos autores. “Esperamos que isso contribua tanto para a qualidade da avaliação como para maior disponibilidade de avaliadores.” Além de outras mudanças, O CSP quer fomentar a submissão de revisões sistemáticas sobre intervenções em Saúde Coletiva com foco populacional e sobre questões que possam informar políticas públicas relacionadas à saúde. O editorial lembra, no entanto, que é um processo de desenvolvimento e há espaço para o amadurecimento de abordagens metodológicas envolvendo tais revisões.

Entre os vários artigos que compõem essa edição do CSP, Eventos adversos e incidentes sem dano em recém-nascidos notificados no Brasil, nos anos 2007 a 2013, de autoria dos pesquisadores Luciana da Silva Lanzillotti, do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz); e Carla Lourenço Tavares de Andrade, Walter Mendes, Marismary Horsth De Seta, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), teve o objetivo de analisar os eventos adversos e outros incidentes que não causaram danos em recém-nascidos até 28 dias de vida, notificados no Sistema de Notificações para a Vigilância Sanitária (Notivisa) nos anos de 2007 a 2013. Trata-se de estudo quantitativo, descritivo, retrospectivo, com análise de dados secundários. Foram notificados 355 incidentes; desses, 118 (33,3%) relacionaram-se a artigos médicos, 4 (1,1%) a equipamentos médicos, e 233 (65,6%) a medicamentos. No que tange aos medicamentos, o nitrato de prata e os antibióticos foram os mais notificados, e nos artigos e equipamentos médicos, o uso de cateteres venosos como precursores de flebites, o evento adverso mais notificado. O estudo desvela notificações de eventos adversos e de incidentes que não causaram dano, provocando discussões do que efetivamente é considerado dano para aquele que faz a notificação. O desafio para o Notivisa é seu aprimoramento, que, como nos demais sistemas de informação, decorre de uso, crítica e relação com os usuários - notificadores e interessados, tais como as instituições de pesquisa e ensino.

Confira todos os artigos do volume 32 número 9 da revista Cadernos de Saúde Pública, de setembro de 2016.

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