01/04/2009
Boto-cinza é usado para avaliar a saúde de ecossistemas marinhos
Como saber se um ecossistema marinho está saudável ou contaminado por mercúrio? A resposta pode estar no boto-cinza (Sotalia guianensis), um pequeno cetáceo encontrado desde Santa Catarina até a América Central. Em sua dissertação de mestrado, defendida em fevereiro na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), o biólogo Jailson Fulgencio de Moura aponta que o animal pode funcionar como um indicador da saúde dos ambientes costeiros a partir da análise do teor de mercúrio em seu tecido muscular.
“O boto é um mamífero marinho que está no topo da cadeia alimentar e, por isso, tende a acumular em seu organismo contaminantes encontrados no ambiente e nos demais seres vivos do ecossistema que habita. Dessa forma, os agravos se tornam mais visíveis no boto-cinza”, explica Jailson, que realizou o estudo sob orientação do pesquisador Salvatore Siciliano. Além disso, por viver em regiões costeiras, este cetáceo está próximo do homem e mais diretamente exposto aos efeitos das atividades humanas. Ao mesmo tempo, trata-se de um animal que não costuma realizar grandes migrações, de modo que os agravos a sua saúde estão associados às condições do ambiente onde vive.
O projeto analisou 47 botos-cinzas, sendo 20 da costa norte do Estado do Rio de Janeiro e 27 no estuário amazônico. No Rio, foram usadas carcaças que o Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (Gemm-Lagos) coletou na praia enquanto monitorava o litoral desde Saquarema até Barra do Itabapoana.
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