27/01/2009
Artigo identifica perfil de mulheres tabagistas
Estudo feito pelas pesquisadoras Márcia Terezinha Trotta Borges e Regina Helena Simões-Barbosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicado recentemente na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico da Fiocruz. O trabalho revela que, entre as mulheres, cada vez mais exigidas pela família e pelo trabalho, o cigarro desempenha um papel de apoio no enfrentamento de problemas, mas cobra um preço alto pelo amparo proporcionado. O artigo destaca que, além das questões médicas, o tabagismo envolve também aspectos sócio-culturais, políticos e subjetivos, assim como a dimensão de gênero. Por isso, as pesquisadoras ressaltam que, nas estratégias de controle e prevenção do tabagismo feminino, é necessário levar todos esses fatores em consideração.
As duas pesquisadoras entrevistaram 14 frequentadoras de um programa, em um hospital público do Rio, voltado a pessoas que querem parar de fumar. A maioria das entrevistadas encontrava-se na faixa etária de 41 a 60 anos e iniciou o fumo antes dos 13 anos, acendendo os primeiros cigarros em casa, para os familiares. Estas mulheres procuraram o programa do hospital por motivo de saúde e encontravam-se em abstinência entre dois e seis meses. Os depoimentos revelaram traços comuns entre elas: muitas tiveram uma infância pobre, marcada pelo abandono da escola e ingresso precoce no mundo do trabalho, além da ausência da figura paterna. Também não foram raros os relatos de agressões sofridas. “As situações de pobreza, que freqüentemente geram desagregação familiar e violência, marcaram profundamente essas mulheres”, dizem as autoras.
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