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Ambientes saudáveis melhoram a expectativa de vida, aponta especialista em saúde global


03/02/2015

Fonte: Informe Ensp

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Países que possuem modelos ecológicos eficazes, promovendo ambientes saudáveis e eficientes, fazem com que a expectativa de vida da população fique acima da média global. Essa é a opinião de Juan Garay, médico e especialista em saúde global convidado para a conferência O custo vital de acumular e esgotar os bens naturais, evento realizado pela Ensp/Fiocruz em Petrópolis no mês de janeiro de 2015.

Segundo Garay, a definição de Saúde que as nações têm hoje, aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1948, não corresponde mais aos desafios do século 21, pois não contempla um estado de bem estar para a população e não se preocupa para que as próximas gerações vivam em um ambiente sustentável e de equidade para todos, por exemplo.

Sobre as desigualdades, o médico informou que ocorrem, por ano, 20 milhões de mortes evitáveis por conta disto. Segundo o especialista, a má partilha de recursos, principalmente em países com renda per capta abaixo dos U$ 3.500, é um dos principais fatores para que isto ocorra.

Vagner do Nascimento, coordenador do Fórum das Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Parati e Ubatuba, e Hermano Castro, diretor da Ensp/Fiocruz, foram os convidados para o debate. Vaguinho, como é conhecido, apresentou o vídeo da campanha Preservar é resistir, lançada em 2014 e que pretende assegurar o acesso ao território, avançar na regularização de terras, dar visibilidade ao modo de ser e viver e implementar políticas públicas diferenciadas para estas populações. De acordo com Vaguinho, o diálogo das comunidades com poder público tem sido difícil, uma vez que elas têm seus direitos quase sempre violados por um estado autoritário e a campanha busca sensibilizar a sociedade para esta questão.

Já Hermano Castro destacou que, apesar do filme retratar o real sofrimento do trabalhador do campo, mostra ele sorrindo, pescando, retirando fruta da árvore, porque esta é a sua vida, sua cultura e o que eles lutam para preservar. “O problema é que nós invadimos estes territórios, agredimos isso e a infelicidade chega a estes locais de forma muito abrupta”, ressaltou. O diretor apresentou ainda alguns dados relacionando o ambiente e a saúde do trabalhador, para que haja um melhor entendimento como a agressão do mundo do capital ocorre no território. “O maior exemplo neste caso é o agronegócio, que invade os territórios de forma desleal e com o consentimento do Estado”, disse.

O diretor citou como exemplo o estado de Tocantins, que concedeu uma licença para que uma empresa plantasse cerca de 180 mil hectares de eucalipto em uma determinada cidade. “Isso foi feito sem nenhum estudo de impacto ambiental. É o agronegócio invadindo florestas e regiões de povos tradicionais, gerando assim conflitos e injustiças sociais”, destacou.

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