Webinar da rede Fio-Mucosa discute as contribuições da microbiota para saúde

A microbiota é essencial para o funcionamento do eixo intestino-pulmão. Esta é uma das observações da bióloga Denise Fonseca, professora do Departamento de Imunologia da USP, feita com base nos estudos que desenvolve. Ela avaliou resultados dos trabalhos realizados nesse campo durante o webinar da rede Fio-Mucosa sobre a Contribuição da microbiota para o funcionamento do eixo intestino-pulmão. O evento, realizado no dia 19 de março, foi organizado pelo Programa de Pesquisa Translacional, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas, e transmitido pelo canal da Fiocruz no YouTube.

Denise Morais explicou o papel da microbiota na regulação do sistema imunológico e na manutenção da homeostase do organismo – capacidade do corpo de se manter em equilíbrio, mesmo com mudanças no ambiente ou no estilo de vida. Ela chamou atenção para o fato de que as mudanças alimentares interferem no organismo humano e que o consumo excessivo de açúcar, alimentos ricos em colesterol ou as dietas da moda (low carb e cetogênica) levam a alteração da microbiota intestinal, impactando não apenas o intestino, mas também o pulmão. Outro destaque foi para os micro-organismos presentes na nossa microbiota, pois ajudam nas funções de metabolismo, digestão, produção de ácidos gástricos e na regulação e no equilíbrio do organismo e na adaptação a mudanças ambientais.

O webinar reforçou a importância de uma alimentação balanceada e consciente, especialmente em um cenário nacional marcado pela insegurança alimentar e pelo aumento de dietas não acompanhadas por um profissional de saúde, que podem trazer sérias consequências à saúde humana. Ao apresentar o resultado de estudos feitos com camundongos e hamsters, ela expôs como as dietas cetogênicas – que priorizam o consumo de gorduras e proteínas – alteram a microbiota e afetam o recrutamento de neutrófilos (um tipo de glóbulo branco) para o pulmão. Ela ainda falou sobre a ativação de células TH17, fundamentais para a resposta imune, e a necessidade de mais pesquisas para entender como sustentar a tolerância imunológica e prevenir doenças.

Assista no canal da Fiocruz no YouTube: