12/02/2025
Por: Vinícius Monteiro (Programa Mulheres e Meninas na Ciência)
O primeiro dia do evento Imersão no Verão 2025 foi marcado por olhares curiosos e muito entusiasmo pelo campus da Fiocruz. Na manhã desta segunda-feira (10/2), alunas da rede pública de ensino do Rio tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a atuação da instituição e os desafios de pesquisadoras e profissionais da área da ciência e da saúde.
“Eu estava muito ansiosa para conhecer o espaço e a diversidade que tem aqui. Também estou animada para conhecer pessoas novas, porque no segmento feminino a gente se sente muito mais à vontade de falar sobre nossos planos, nosso futuro e não ser julgada e inferiorizada por isso. Estar perto de meninas que também partilham do sonho de trabalhar na área da ciência é algo muito legal”, destacou Ester Garcia, de 16 anos, aluna da Faetec de Marechal Hermes.
Dando início à semana de atividades, no auditório do Centro Administrativo Vinícius da Fonseca de Bio-Manguinhos, a Coordenadora do projeto e de Divulgação Científica da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), Cristina Araripe, apresentou o Programa Mulheres e Meninas na Ciência, citando referências de lideranças femininas que atualmente ocupam cargos de destaque e poder no meio científico. Logo em seguida, foi a vez da diretora do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), Giovanna Machado, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, apresentar o Programa Futuras Cientistas, cujo objetivo é democratizar o acesso ao conhecimento e estimular o interesse de estudantes e professoras da rede pública brasileira em carreiras nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM).
Participante da primeira edição, e atualmente monitora do Programa Mulheres e Meninas na Ciência, a estudante de medicina da UFF, Luana da Silva, afirmou como a Fiocruz foi um divisor de águas na sua vida profissional. “Eu participei em 2020 e vinha de uma área técnica. Aparentemente, era o que eu ia seguir até por questões financeiras. Mas depois que eu conheci a Fiocruz eu entendi como funciona a área da saúde, e a partir daí, despertou em mim a vontade de prestar o vestibular para medicina. Era um sonho “apagado” dentro de mim porque eu achava que seria difícil ser aprovada. Mas, desde então, eu fui trilhando meu caminho nessa área”.
Para Luana, o contato com as pesquisadoras foi essencial para conhecer o que elas fazem e o dia a dia da área da saúde de uma forma mais específica. “Fora o espaço que é muito rico e cheio de atividades acontecendo. O contato com a Fiocruz aflorou esse meu sonho, eu vi que era possível. Só de estar se sentindo pertencente ao local a gente acha que é capaz de ir além”, declarou.
Na parte da tarde, foi transmitido o filme documentário Nossas Lutas, Nossas Vozes - Claves/Ensp/Fiocruz, coordenado pela pesquisadora Vera Lúcia Marques e sua equipe. A obra explora o fenômeno da violência política de gênero, destacando o impacto dos ataques na carreira e no cotidiano das lideranças políticas femininas. A narrativa revela como esses abusos afetam profundamente a saúde física e mental das mulheres, influenciando tanto na atuação profissional quanto no bem-estar pessoal. Segundo Vera, a violência política de gênero tem como objetivo desestimular a presença de mulheres nos parlamentos . É uma estratégia para impedir que ocupem lugares tão essenciais como na vida política.
Para fechar o primeiro dia de atividades, a organização do evento promoveu a roda de conversa Dignidade Menstrual: projetos em desenvolvimento na Fiocruz - Bio-Manguinhos, EPSJV e IOC. O debate girou em torno do tema e teve o intuito de discutir o assunto que, muitas vezes, é visto como tabu por várias meninas. Ao final, as estudantes participaram do jogo de tabuleiro Ciclo do Poder, desenvolvido por cientistas da instituição para promover a discussão sobre o ciclo menstrual feminino.
* Fotos: Cris Vicente
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