21/02/2025
Fiocruz*
Pesquisadoras do PROCC e estudantes cariocas na sede do programa (Foto: Luisa Picanço/PROCC-VPEIC-Fiocruz)
As atividades do Imersão no Verão 2025, do Programa Fiocruz Mulheres e Meninas na Ciência, coordenado pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), aconteceram em várias unidades da Fiocruz. A programação incluiu a visita das alunas aos laboratórios e aos espaços de pesquisa, acompanhadas por pesquisadoras da Fiocruz, que tornaram pública a rotina profissional, a fim de despertar o interesse das meninas para a carreira nos campos da saúde e ciência.
Pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) abriram suas salas e seus laboratórios para compartilhar suas rotinas profissionais com as jovens estudantes. Em um dia de visitas, elas conheceram o ambiente da pós-graduação, ao acompanhar aulas e participar de debates. Além disso, conheceram pesquisas desenvolvidas em diferentes vertentes da Saúde Pública.
As estudantes foram acompanhadas pelas pesquisadoras Bianca Dielle, Claudia Garcia Serpa Osorio de Castro, Isabela Soares, Lígia Giovanella, Maria Lucia Cardoso, Marly Cruz, e Roberta Gondim. A programação da Escola ocorreu entre nos dias 12, 13 e 14 de fevereiro e contemplou uma série de atividades. Houve a exibição seguida de debate do filme “O Espírito de 45”, conversa com com a equipe de pesquisa composta por pesquisadoras negras e um ‘tour’ pelo campus Manguinhos com aula de campo sobre técnicas de análise da qualidade da água, entre outras. Ao comentarem sobre a experiência, as pesquisadoras da ENSP destacaram a curiosidade, o interesse e o brilho no olhar que observaram nas meninas durante as conversas.
“Foi incrível essa visita à Fiocruz. Eu já havia vindo aqui, mas não por esse programa tão especial para as mulheres. Em cada área que visitamos e a cada palestra que assistimos, vamos tendo referências e identificação. Conhecemos mulheres importantes com as quais nos identificamos, como meninas pobres e periféricas. Estamos entendendo que aqui também é nosso lugar, que podemos estudar e chegar até a assumir cargos, algo que acreditávamos que não teríamos acesso”, relatou Fernanda de Souza Paiva, aluna de 17 anos do Colégio Estadual Bahia, localizado na capital fluminense.
Foto: Barbara Souza (Ensp/Fiocruz)
No Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), no Flamengo, as alunas foram recebidas no Centro de Genética Médica e no Programa de Pós-graduação em Saúde da Criança e da Mulher (PPGSCM). As pesquisadoras Elenice Ferreira Bastos, professora e e coordenadora do Laboratório de Citogenética Clínica, e Lúcia Moraes, coordenadora do Laboratório de Citogenômica, acompanharam as estudantes mostrando a rotina profissional desses laboratórios numa tarde de conversa, compartilhamento de ideias e muito aprendizado.
Já a pesquisadora Corina Mendes, professora do PPGSCM do IFF/Fiocruz e representante da unidade no Grupo de Trabalho (GT) “Mais Mulheres e Meninas na Ciência”, do Fórum de Divulgação Científica da Fiocruz, promoveu uma roda de conversa sobre potências e desafios na construção de relações interseccionais entre pesquisadoras de diferentes gerações. As estudantes também assistiram ao vídeo "Cartas ao Futuro", uma produção da Agenda Laranja do IFF/Fiocruz com apoio da VPEIC/Fiocruz, que revelou as opiniões das meninas participantes na edição de 2020 e o que elas pensavam sobre como seriam suas vidas após a imersão na Fiocruz naquele ano.
O Programa de Computação Científica (PROCC) promoveu uma roda de conversa que reuniu quatro cientistas que se destacam em áreas tradicionalmente exercidas por homens. Durante a conversa, as pesquisadoras Marilia Sa Carvalho, Cláudia Codeço, Aline Nobre e Alexandra Almeida compartilharam suas trajetórias e desafios. As estudantes expressaram dúvidas como, por exemplo, de que forma as cientistas conseguiram conciliar o mestrado ou o doutorado com o trabalho. As pesquisadoras, que atuam na pesquisa e a gestão em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), destacaram a importância das bolsas de pesquisa e do apoio familiar e enfatizaram a necessidade de persistência para seguir na ciência, apesar dos desafios na progressão de carreira. Segundo o texto publicado no Portal Fiocruz, a aproximação entre as pesquisadoras e as estudantes é um caminho para tornar a ciência mais acessível, inclusive às mulheres. Ainda, pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento (CNPq), revelou que as mulheres ainda são minoria na produção científica global, enfrentam barreiras no avanço da carreira e têm pouca representatividade em cargos de liderança.
Com informações de Barbara Sousa (Ensp/Fiocruz), Everton Lima (IFF/Fiocruz) e Luísa Picanço (VPEIC/Fiocruz).