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Promoção de territórios sustentáveis, saberes da favela e popularização da ciência em debate


06/12/2024

Mariana Moebus (Cooperação Social/Fiocruz)

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Entre os dias 28 e 30 de novembro foi realizada a III Jornada Científica Favelades Universitáries, iniciativa do Fórum Favela Universidade com o apoio da Fiocruz, Pró- reitoria de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PR5/UFRJ), Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (SMCTI-RJ), Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), Conselho Comunitário de Manguinhos, Museu da Maré e RedeCCAP/Casa Viva. O evento aconteceu em três locais do estado do Rio de Janeiro: Nave do Conhecimento de Realengo, Faculdade de Educação da Baixada Fluminense e Museu da Vida Fiocruz. 


Foto: Julia Bimi

Com o objetivo de fomentar a troca de conhecimentos entre a favela e a universidade, a edição deste ano trouxe como tema "Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis: Cooperação social, educação popular, popularização da ciência e construção compartilhada de conhecimentos nas favelas e periferias". Foram apresentados 42 trabalhos divididos nas seguintes temáticas: A vida no prisma das ciências humanas; Ciências Exatas para o desenvolvimento social sustentável; Educação viva; nas tessituras das linguagens; e Saúde e bem viver.  

“Expor, divulgar, debater e dialogar tanto com pesquisadores, moradores e ex-moradores de favelas e periferias urbanas, como com professores e pesquisadores militantes já consolidados nas Universidades é uma possibilidade estratégica para transformarmos a Universidade em um lugar equânime e diverso, potente e acolhedor”, afirmou André Lima, coordenador da área de Territórios da Cooperação Social da Fiocruz e membro da comissão organizadora da III Jornada Científica Favelades Universitáries.  

No primeiro dia, na Nave do Conhecimento em Realengo, a conferência de abertura “Afirmando o que me negaram!: Construção de saberes em favelas e territórios vulnerabilizados” abordou a valorização dos saberes das favelas como forma de resistência e de afirmação cultural. Também ocorreram mesas-redondas sobre “Desafios da permanência dos estudantes favelados e periféricos na Graduação e Pós-graduação”, “Empreendedorismo como alternativa para inclusão e desenvolvimento social” e “Mudanças climáticas e juventudes: Desafios e perspectivas da juventude periférica frente às mudanças climáticas no município do Rio de Janeiro”. 

“Para nós, da Pró-reitoria de Extensão da UFRJ, é uma grande alegria participar da construção e realização da Jornada desde a sua primeira edição. A Extensão Universitária, por meio da Jornada, reforça seu compromisso de ser um lugar de diálogo, reflexão e de produção, em que universidade e sociedade caminham juntas pensando alternativas para os nossos desafios atuais”, disse Pricila Magalhães, coordenadora de integração e articulação da PR5/ UFRJ.  


Foto: Julia Bimi

No segundo dia, na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, a conferência “Mulheres negras na política – Desafios ao Estado democrático de direito” foi destaque ao debater sobre os desafios à representação política de mulheres negras no Rio de Janeiro, com a participação da vereadora Monica Cunha (PSOL- RJ). Outras atividades incluíram a mesa-redonda “Historiadores Favelados”, com o lançamento da Rede em parceria com a Associação Nacional de História (Anpuh), além de simpósios temáticos.  


Foto: Julia Bimi

No último dia, o Museu da Vida da Fiocruz foi palco do debate “A Universidade que queremos: Múltipla e Diversa!!!”com a participação da vereadora Benny Briolly (PSOL- Niterói). Também foram realizadas mesas sobre “Trabalho e Saúde: questões sobre a correria dos jovens nas favelas e periferias” e “Produção de conhecimento e divulgação científica: O futuro das jornadas científicas dos Favelades Universitáries”.  

“A contribuição do Museu da Vida Fiocruz passa principalmente pela convergência de perspectivas conceituais e políticas entre o trabalho territorializado que o Museu vem desenvolvendo com a proposta da Jornada Científica. Unindo, dessa forma, princípios democráticos, enfrentamentos as injustiças e inequidades sociais, e a promoção da saúde em territórios socioambientalmente vulnerabilizados”, afirmou Alessandro Batista, coordenador do Serviço de Educação do Museu da Vida Fiocruz e integrante da coordenação do projeto Tecendo Diálogos e do Fórum Favela Universidade. 


Foto: Julia Bimi

O evento foi encerrado com o lançamento do livro “Promoção da Saúde e difusão do Conhecimento: Ditos e Escritos dos Favelades Universitáries”, que reúne textos completos de trabalhos apresentados nas duas primeiras edições da Jornada. No encontro, autores e organizadores da obra compartilharam suas experiências de pesquisa. Acesse o livro aqui.

“O livro se alinha ao desafio de superar o apagamento do conhecimento produzido dos favelades e universitáries em suas pesquisas de graduação, pós-graduação e projetos com organizações e movimentos populares. Acolher escritos destes pesquisadores, emergentes das favelas e periferias, em uma coletânea se coloca ponto central nesta luta”, destacou André Lima. 

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Foto: Julia Bimi

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