17/12/2024
Leonardo Sodré (Plano Integrado de Saúde nas Favelas RJ)
A Fiocruz promove nesta quarta-feira (18/12) a apresentação dos resultados de 2024 do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro. O evento acontece no MACquinho, em Niterói, a partir das 13h. A iniciativa interinstitucional, criada em 2020, é pioneira no país com foco em saúde integral nos territórios onde vive a população mais vulnerável e já impactou 500 mil pessoas.
Representantes dos projetos que fazem parte do Plano Integrado e atuam em 175 favelas fluminenses, reunidos na Fiocruz
Durante o evento serão apresentados os resultados das ações iniciadas a partir do terceiro edital realizado no âmbito do Plano, que ampliou sua abrangência para 146 projetos com atuação em 175 favelas do Estado do Rio de Janeiro, com repasses, entre R$ 50 mil e R$ 500 mil, usados, por exemplo, para a construção de cozinhas comunitárias, consultórios psicoterapêuticos para mulheres e cursos de formação de jovens comunicadores. Desde o início de sua execução, o Plano já promoveu a distribuição de 500 toneladas de alimentos.
O Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro foi criado durante a pandemia de COVID-19, como uma ação conjunta entre a Fiocruz, UFRJ, Uerj, PUC-RJ, Uenf, IFF, Abrasco, SBPC e a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O objetivo é apoiar as respostas sociais às questões emergenciais nas favelas e ampliar a participação social nas políticas públicas de saúde, ao mesmo tempo em que fortalece o SUS nas comunidades.
O evento vai reunir representantes dos 146 projetos que integram o Plano, lideranças comunitárias de favelas de 33 municípios do Estado, pesquisadores e autoridades. A programação inclui oficinas que serão realizadas a partir dos debates estabelecidos no painel Qual saúde nas favelas queremos?. Será uma chance para discutir como essas iniciativas geraram impacto e o que ainda precisa ser feito.
Coordenador executivo do Plano, Richarlls Martins, diz que o evento será uma oportunidade também para apresentar o planejamento das ações previstas para 2025. “É muito importante apresentarmos a marca alcançada de 500 mil pessoas beneficiadas pelas ações do Plano, mas é também um momento de estabelecermos as metas para o próximo ano, onde teremos como principal foco de atuação a inserção junto às secretarias municipais de Saúde do Estado do Rio de Janeiro. Nesta nova frente de atuação vamos promover um curso de formação continuada para trabalhar o tema de saúde nas favelas, além de apoiar organizações que atuam com a pauta de saúde nas favelas na captação de recursos para o desenvolvimento de projetos, além da construção inédita de um Plano Integrado de Comunicação Popular e Saúde nas Favelas", adianta, Martins.
A programação do evento terá ainda um momento para a apresentação preliminar do diagnóstico externo do Plano, que está sendo desenvolvido através de um estudo realizado por pesquisadores da PUC-Rio e da UFRJ. O levantamento pretende traçar um mapeamento geral das iniciativas do Plano Integrado de Saúde nas favelas, e um aprofundamento em alguns dos seus campos mais importantes de atuação, como apoio à segurança alimentar, educação e reforço escolar, saúde mental, comunicação e informação, e ações culturais.
Segundo Marcelo Tadeu Baumann Burgos, diretor do Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio, a ideia do estudo é demonstrar a importância das iniciativas apoiadas pelo Plano para a construção de redes sociais e técnicas que articulam o SUS com diversas dimensões da vida das favelas e periferias do Estado do Rio de Janeiro. “Desde março de 2024, três centros de pesquisa da UFRJ e da PUC-Rio se uniram para fazer a avaliação do alcance dos 90 projetos apoiados pelos dois primeiros editais do Plano promovidos pela Fiocruz. Esse conjunto de projetos reúne tanto aqueles que se desenvolvem no contexto da emergência sanitária quanto os que já foram redefinindo o sentido da ação com vistas a uma abordagem voltada para a saúde integral nas favelas. No processo de avaliação, estamos levando em conta essas especificidades, que são também definidas pelo tipo de organização, pelo alcance e pela área de atuação”, explica Burgos.
Já foram apoiadas através do Plano propostas nas favelas de Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Itaperuna, Magé, Mangaratiba, Maricá, Mesquita, Niterói, Nova Iguaçu, Paraty, Petrópolis, Queimados, Rio de Janeiro, Seropédica, São Gonçalo, São João de Meriti e Volta Redonda. Os apoios incluem ainda organizações sociais que atuam nas cidades de Barra Mansa, Belford Roxo, Cabo Frio, Cachoeira de Macacu, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Nilópolis, Paracambi, Rio Bonito, Rio Claro, São Pedro da Aldeia, Tanguá e Teresópolis.