22/11/2024
Mariana Moebus (Cooperação Social da Presidência)
Com o objetivo de incluir pessoas 60+ em lugares de memória e cultura da cidade, o Circuito Cultural Suburbano Paulo Barão é uma iniciativa de educação museal voltada para idosos da zona norte e baixada fluminense, promovida pelo projeto de Promoção da Saúde e Cultura da Cooperação Social da Presidência (CCSP) da Fiocruz, em parceria com o Instituto Cultural Grupo 100% Suburbano. A ação ofereceu visitas guiadas a espaços culturais como o Santuário de Nossa Senhora da Penha, o Museu da Vida Fiocruz, a região da Pequena África (Zona Portuária), o Museu de Arte do Rio e o Jardim Botânico.
Foto: André Magalhães
Os passeios foram registrados em um ensaio fotográfico que se transformou na exposição “Meu tempo é agora: ressignificando memórias em espaços museais”. A mostra fotográfica integrou o 2º Congresso Internacional e Multidisciplinar sobre Arte & Cultura, promovido pelo Laboratório Social, que aconteceu entre os dias 11 e 13 de novembro, de forma online.
“O projeto de Promoção da Saúde e Cultura trabalha com populações vulnerabilizadas em territórios periféricos e suburbanos da cidade do Rio de Janeiro. É no campo da promoção da saúde que nós conseguimos atuar com mais ênfase em ações conectadas com as determinantes sociais de saúde. Neste caso, a arte e cultura se apresentam como uma plataforma colaborativa que possibilita a formação social crítica e cidadã”, destacou Felipe Eugênio, coordenador da área de cultura da CCSP.
Para a pesquisadora do projeto, Rosemeri Conceição, a iniciativa busca discutir a presença desse público em museus e a necessidade de políticas públicas direcionadas a ele. “Essas atividades friccionam as percepções de centro e periferia, tal como apresentado por Grada Kilomba, além de articular noções afro-indígenas, para investigar a possibilidade de pensar a saúde, o bem viver e o envelhecimento como momentos que tensionam antigas balizas do passado e presente”, afirmou.
Foto: André Magalhães
Cada visita contou com cerca de 30 pessoas que tiveram a oportunidade de conhecer pontos culturais da cidade. Uma das participantes, Josélia Barbosa, de 90 anos, comentou o quanto o projeto foi importante para sair de casa e fazer novos amigos. “Eu gostei muito dos passeios e do grupo que formamos, são todos muito parceiros. Mesmo morando no Rio, fui a vários lugares que não conhecia antes como o Jardim Botânico, Pedra do Sal e Museu da Vida da Fiocruz. As atividades me alegram muito e espero conhecer mais lugares”, afirmou.
Foto: André Magalhães
Além do Congresso Internacional, o projeto de pesquisa também foi aprovado para participar do 8° Fórum Nacional de Museus, que acontece entre os dias 25 e 30 de novembro em Fortaleza.
Acesse a mostra fotográfica completa aqui.
Promoção da Saúde, Cultura, Cidadania e Populações Vulnerabilizadas
O projeto busca desenvolver estratégias para construir tecnologias sociais de Promoção da Saúde por meio de ações de cultura e arte que visam amplificar a mobilização, formação crítica e consciência cidadã para melhoria da qualidade de vida do bem viver, buscando mitigar iniquidades identificadas nos determinantes sociais da saúde de populações vulnerabilizadas. A atuação do projeto se organiza em eixos intersetoriais: fomento de linguagens artísticas e produções culturais; recursos sobre a memória social; divulgação de saberes científicos e formação cidadã a partir da educação popular em saúde junto a grupos sociais historicamente menorizados em seus direitos; monitoramento, sistematização e avaliação dos resultados das atividades e da relação entre promoção da saúde e as ações de cultura.