01/11/2024
Isis Breves (FMA)
O evento contou com uma palestra de conscientização para a prevenção do câncer de mama. Foto: Divulgação
O Campus da Mata Atlântica promoveu, no dia 24/10, a caminhada Outubro Rosa na Trilha Interpretativa Fiocruz Mata Atlântica, para as moradoras e moradores do território da Colônia Juliano Moreira. O evento também incluiu uma palestra de conscientização para a prevenção do câncer de mama, com a sanitarista do Instituto Nacional do Câncer (Inca) Mônica Assis.
Segundo o Inca, o câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres, depois do câncer de pele não melanoma. Em 2020, foram estimados mais de 65 mil novos casos. A detecção precoce é a forma mais segura de prevenção secundária e chances de cura.
O ponto alto do evento foram os depoimentos de dona Marlene, moradora da região que está em tratamento contra o câncer de mama, e da servidora do campus Magna Leite, que está curada. “No primeiro momento foi difícil e foi doloroso. Eu não achava que era câncer, achava que era algo por conta dos movimentos repetitivos que eu fazia na época no meu trabalho, que era muito pesado”, contou Marlene. “No final da tarde das jornadas de trabalho, eu sentia dores. Após exames, constataram que era câncer de mama. Não recebi a notícia com bom agrado, não! Mas busquei forças para lutar. E o tratamento foi e está sendo primordial.”
Durante o depoimento, que impactou a todos os presentes, Marlene enfatizou que a doença tem cura: “Eu quero ficar curada e fui para a luta. Uma coisa importante que eu percebi, é que muitas pessoas vão para a quimioterapia sozinhas. Não é bom ir sozinha. Eu tive o apoio da família. Essa doença veio para nos unir e o apoio da família foi fundamental”.
O evento também ajudou na arrecadação de escova e pasta de dente para os pacientes do Inca. Foto: Divulgação
Para Magna, o mais importante no processo de tratamento é o apoio da família. “Hoje eu posso dizer, diante de tudo que passei, que sou uma pessoa melhor, O acolhimento dos meus entes queridos me deu força nos momentos difíceis do tratamento”, destacou. “Toda pessoa que tem um diagnóstico de câncer sempre será um paciente oncológico, ou seja, eu terei um acompanhamento de exames específicos de rotina ao longo de toda minha vida. Mas hoje posso dizer que estou curada, após cinco anos sem remissiva.”
A servidora aproveitou a oportunidade para relembrar às mulheres a importância dos exames preventivos. “A mensagem que eu queria deixar é: mulheres, se cuidem! Não deixem para depois o que vocês podem fazer hoje por vocês! O câncer de mama tem cura, mas precisa ser diagnosticado o quanto antes”, enfatizou Magna. “Se você conhece alguém que esteja passando por esse processo, tenha sensibilidade, acolha, respeite. O apoio e o acolhimento farão a diferença na luta contra o câncer.”
A inscrição para o evento teve como contrapartida a doação de escovas e pastas de dente, que serão encaminhadas para os pacientes do Inca. A atividade foi organizada pelo Escritório Técnico de Saúde Humana do campus, em parceria com o Escritório Técnico em Biodiversidade em Saúde do campus e o Inca, e fez parte do projeto Determinantes Sociais da Saúde: intervenções intersetoriais na promoção da saúde em territórios vulneráveis, do Edital Fio-PromoS.
“A campanha Outubro Rosa faz parte das ações intersetoriais e territorializadas de promoção da saúde baseada no Calendário de Saúde do Ministério da Saúde. Só vivenciando a realidade dos territórios, é possível contribuir com a construção de territórios sustentáveis e saudáveis, principalmente em se tratando do fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressalta a coordenadora da Saúde Humana do Campus da Mata Atlântica, Isabel Bonna.