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Pesquisa avalia se uso de antígeno contra leishmaniose cutânea aumenta taxa de cura de pacientes


11/10/2024

Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins (Fiocruz Bahia)

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Uma pesquisa avaliou se o uso tópico do antígeno rSm29 em combinação com o antimoniato de meglumina intravenoso no tratamento da leishmaniose cutânea aumentaria as taxas de cura dos pacientes. Os resultados do trabalho, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Edgar Carvalho, foram publicados no International Journal of Infectious Diseases.

A leishmaniose cutânea é observada em mais de 90% dos casos de leishmaniose tegumentar americana e é caracterizada pela presença de uma ou mais úlceras bem delimitadas com bordas elevadas. O principal agente causador dessa forma da doença é o protozoário Leishmania (Viannia) braziliensis.

O medicamento mais comumente usado para tratar a doença na América Latina é o antimoniato de meglumina, mas nessa área endêmica, quando usado em doses de 20 mg/kg por 20 dias cura menos de 50% dos pacientes e o tempo de cura na maioria dos enfermos leva 90 dias ou mais. De acordo com o artigo, a gravidade da doença e a falha na terapia estão associadas ao nível de granzima B, uma proteína produzida pelo sistema imune.

O rSm29 é um antígeno que pode ser usado para tratar a leishmaniose cutânea, uma vez que tem a capacidade de reduzir a produção de citocinas pró-inflamatórias. O ensaio clínico foi composto por um estudo de fase I com o objetivo de avaliar reações adversas ao rSm29 e um ensaio de fase II controlado por placebo, comparando a taxa de cura e o tempo de cicatrização dos pacientes nos três braços do estudo.

No trabalho, 91 pacientes com leishmaniose cutânea foram alocados em três grupos, em que todos os casos receberam antimoniato de meglumina (20 mg/kg/peso) por 20 dias. O grupo 1 usou rSm29 tópico (10 µg), o grupo 2 recebeu um placebo aplicado topicamente, e o grupo 3 recebeu apenas antimoniato de meglumina.

Os achados apontam que a taxa de cura no dia 90 foi de 71% em indivíduos tratados com rSm29 mais o antimoniato de meglumina e de 43% em pacientes que receberam antimoniato de meglumina apenas ou com o placebo. Houve uma diminuição em granzima e um aumento na citocina IFN-γ (que exerce papel crucial na imunidade contra patógenos intracelulares) em biópsias de pele das lesões obtidas no dia 7 da terapia em pacientes que receberam rSm29. Os pesquisadores concluíram que o uso do rSm29 associado ao antimoniato de meglumina reduz os níveis de granzima, que é mais eficaz que o antimoniato de meglumina sozinho e diminui o tempo de cicatrização das lesões na leishmaniose cutânea.

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