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21ª SNCT da Fiocruz leva atividades para alunos da rede pública em Manguinhos e Maré


30/10/2024

Mariana Moebus e Nathalia Mendonça (Cooperação Social da Presidência)

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Nos últimos dias 25 e 29 de outubro, o Colégio Estadual Clóvis Monteiro, em Manguinhos, e a Escola Municipal Genival Pereira de Albuquerque (GET), na Maré, respectivamente, foram palco para a ciência e cultura com as atividades da 21ª Semana de Ciência e Tecnologia (SNCT) da Fiocruz nos territórios. Os estudantes tiveram a oportunidade de participar de oficinas e estandes de iniciativas da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, do Museu da Vida Fiocruz, da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PR-5/UFRJ), da Vice-Diretoria de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz (VDEIC/Fiocruz) e de organizações populares de Manguinhos. 

SNCT em Manguinhos 

Seguindo a temática central da SNCT 2024, “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”, a PR-5/UFRJ levou três estandes com jogos interativos para cerca de 550 estudantes do ensino médio do Colégio Estadual Clóvis Monteiro: “Fatores que impactam a biodiversidade”, que tratou sobre sustentabilidade e conscientização do impacto de hábitos individuais na saúde do ambiente; “Um bioma debaixo d'água: as macroalgas e a biodiversidade costeira”, que destacou  a importância das algas para o ambiente marítimo e para os seres humanos; e “Biomas brasileiros - natureza, cultura e política em interação” que trouxe plantas medicinais originarias de diferentes biomas brasileiros para mostrar aos alunos suas propriedades farmacológicas.  

Para a aluna do primeiro ano do ensino médio, Ana Célia, as atividades foram muito enriquecedoras. “Ciência para mim é vida, sem ela não entenderíamos o meio ambiente e nós mesmos. A atividade que eu mais gostei foi sobre as algas do mar”, destacou. 

“É muito importante os nossos alunos de graduação estarem aqui na escola básica, não só trazendo o que a universidade está produzindo, mas fortalecendo essa relação a partir dos diálogos com os alunos e professores”, afirmou Renata Soares, assessora da Superintendência de Integração e Articulação da Extensão da UFRJ.  

Outra oficina oferecida pela PR-5/UFRJ foi “Comunicação Clássica com Polarização da Luz” que ensinou os alunos a transformarem códigos binários em informação através da luz. “Muitos aqui nunca imaginaram que a luz pudesse transmitir uma informação, então a gente mostra na prática. Esse contato com a universidade é muito importante, porque motiva os alunos do ensino básico a seguir a carreira científica”, afirmou Malena Osório, professora de Ótica Quântica da UFRJ. 

Completando o campo das ciências físicas e biológicas, o jogo “Escape Room dos biomodelos – Uma aventura educacional”, promovido pela VDEIC/Fiocruz, foi um sucesso entre os alunos. O jogo interativo desafiou os participantes a resolver uma série de desafios em três fases. Na primeira, os alunos receberam lanternas de luz negra para procurar palavras que estavam escritas com tinta invisível pela sala, os enigmas eram sobre doenças ocasionadas por vírus. Na etapa dois, os alunos se viram presos em um espaço com a temática de laboratório e, após assistirem um vídeo educativo, o grupo tinha apenas dois minutos para resolver uma figura de quebra cabeça de um animal que tinha relação com o vírus. Na última fase, os participantes foram apresentados ao conceito de biomodelos: réplicas 3D de estruturas anatômicas de tamanho real.  

No tema da comunicação, a Agenda Jovem Fiocruz levou a oficina de combate à desinformação, apresentando ferramentas para identificação de notícias falsas no campo da saúde e ciência. “O objetivo da oficina é equipar os jovens para serem mais autônomos ao lidar com a desinformação que eles encontram nas redes sociais e em outros lugares. A ideia não é dizer para eles acreditarem em uma informação por causa da autoridade da fonte, mas entender os critérios que eles podem identificar para ter um grau maior de certeza ou incerteza quando eles encontrarem uma informação”, destacou Eric Andriolo, comunicador da Agenda Jovem Fiocruz e responsável pela oficina.  

O Jornal Fala Manguinhos! também esteve presente trazendo para os alunos um pouco da história e a nova edição impressa jornal, depois de um período publicando conteúdo apenas de forma online. “O Fala Manguinhos! está completando 11 anos e já é tradicional no território. Agora nós estamos retornando com jornais impressos, mantendo viva essa história. Alguns alunos relataram que nunca pegaram um jornal impresso na mão”, disse Fabio Monteiro, atual coordenador do jornal.  

Os estudantes também puderam conferir duas exposições do Museu da Vida Fiocruz. A exposição “Manguinhos: Território em Transe” reflete sobre a cultura e história de Manguinhos a partir de registros fotográficos feitos pelos próprios moradores. Através das imagens, a exposição trata temas que fazem parte da realidade dos alunos, como moradia, trabalho precário, saúde, educação, arte e cultura.  

Já na exposição “A vida na gota d'água”, os participantes puderam observar microrganismos em uma gota de água não tratada, despertando a importância do tratamento da água, da prevenção individual e domiciliar, e do saneamento básico e ambiental. 

“A SNCT é feita para aproximar a ciência produzida nas instituições universitárias e de pesquisa da sociedade em geral, provocando novos talentos. Nós temos que abrir as portas indo até os territórios socioambientalmente vulnerabilizados, fazendo um debate como este sobre biomas, falando da importância da preservação da natureza para a vida cotidiana das pessoas”, afirmou Alessandro Batista, coordenador do Programa de Apoio à Divulgação Científica do Museu da Vida da Fiocruz.  

Fechando a programação, a apresentação do grupo “Música na Calçada”, iniciativa do Espaço Casa Viva/ RedeCCAP,  animou estudantes e professores no final da manhã. O repertório foi dedicado a músicas que falam sobre a identidade da favela, questões raciais e luta por justiça social.  

SNCT na Maré 

Na Escola Municipal Genival Pereira de Albuquerque (GET), localizada na Maré, os alunos do ensino fundamental participaram deatividades, como oficinas de ciência e arte, jogos interativos, apresentações culturais e contação de histórias. Durante o evento, a PR-5/UFRJ promoveu o Programa Integrado EJA UFRJ - Jogos Interdisciplinares, que incluiu as oficinas “Direito à Cidade”, "Passageiros do Fim do Dia" e “De 10 em 10 chegamos lá". Essas oficinas discutiram temas como o direito ao acesso aos espaços e equipamentos urbanos do Rio de Janeiro, além de questões de mobilidade urbana. 

Os alunos também se envolveram com oficinas de contação de histórias, como “O químico Mário Molina e o enfrentamento ao desastre ambiental”, onde conheceram a trajetória do cientista mexicano que se destacou por seu trabalho pioneiro na pesquisa de substâncias que afetam a camada de ozônio. Outra oficina foi “Meninas que mudam o mundo: Greta Thumberg e o meio ambiente”, que narrou a história da jovem ativista ambiental Greta Thumberg. 

Na área de bioquímica, a oficina “Será que tem química no seu dia?” apresentou conceitos como pH, tensão superficial, e reações endotérmicas e exotérmicas de forma lúdica. A liga acadêmica for_code, da UFRJ, também esteve presente, oferecendo a atividade “for_code: programando o Futuro”, focada na divulgação científica através de jogos computacionais interativos. 


Crédito: Matheus Schottz

A programação cultural contou com a apresentação “Amazônia Mítica”, que transportou o público para o mundo das lendas e encantamentos da Amazônia, incluindo histórias do boto cor-de-rosa, boiúna, boitatá, entre outros. Além disso, o projeto de extensão “Quem é você?” realizou uma oficina de arte sobre botânica ancestral, com o objetivo de valorizar a história e cultura africana e indígena no Brasil. A biblioteca do Espaço Casa Viva/Rede CCAP também participou, oferecendo uma oficina de jogos sobre inventores e cientistas negros, baseada no livro “Histórias para inspirar futuros cientistas”, de Juliana Krapp, estimulando o imaginário das crianças. 

Repetindo o sucesso da semana anterior em Manguinhos, as oficinas “Fatores que impactam a biodiversidade” e “Um bioma debaixo d'água: as macroalgas e a biodiversidade costeira” destacaram a importância da biodiversidade na preservação ambiental. Por fim, a exposição “A vida na gota d'água”, promovida pelo Museu da Vida Fiocruz, encantou os alunos com atividades utilizando microscópios para conscientizar sobre o uso da água e a importância do saneamento básico. 

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