30/09/2024
Fiocruz Pernambuco
Pesquisadores da Fiocruz Pernambuco, em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), com o Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, realizaram uma nova etapa no desenvolvimento de um teste rápido para diagnóstico da peste bubônica. Entre os dias 6 e 16 de setembro, eles estiveram no município de Virgem da Lapa, no leste mineiro, para conduzir treinamentos e testes de campo com um material pioneiro no mundo. O foco da investigação foi a detecção da doença em roedores e cães, utilizando uma nova tecnologia capaz de entregar resultados em apenas 15 minutos.
Esse novo teste, que já demonstrou 100% de eficácia em laboratório, representa um avanço significativo em comparação com os métodos tradicionais, que podem levar dias para apresentar resultados e custam cerca de 200 reais. Agora, o custo será reduzido para apenas um dólar, tornando o diagnóstico mais acessível e eficiente.
Os cientistas testaram mais de 100 mamíferos (cães e roedores) e realizaram análises adicionais em laboratório para garantir a precisão dos resultados. O teste rápido é realizado com a coleta de algumas gotas de sangue do animal, que são misturadas ao reagente disponível na ferramenta. Em poucos minutos, o resultado é revelado a olho nu, sem precisar de equipamentos especiais, que costumam ter preço elevado e necessitar de técnicos com formação específica para serem operados.
Os resultados observados têm sido promissores. O próximo passo será a aprovação do teste pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, para que ele possa ser disponibilizado em todo o país.
Embora rara no Brasil, a peste bubônica ainda é uma preocupação de saúde pública. A doença, causada pela bactéria Yersinia pestis e transmitida por pulgas que parasitam roedores, pode ser fatal tanto para humanos quanto para animais se não tratada rapidamente. A Fiocruz, em conjunto com governos estaduais e o Ministério da Saúde, tem desempenhado um papel essencial no monitoramento e prevenção da doença, ajudando a prevenir surtos no país.
O microbiologista da Fiocruz Pernambuco Matheus Bezerra, envolvido no projeto, destacou a relevância dessa inovação. "Eu, particularmente, fico grato ao ver esses materiais sendo utilizados em campo. Foi um trabalho feito por muitas mãos, e eu realmente estou feliz por isso", disse, referindo-se ao impacto que o teste terá no cotidiano das pessoas, garantindo uma resposta rápida e eficaz a futuros episódios. Essa inovação tem o potencial de beneficiar regiões do mundo onde a peste bubônica ainda representa uma ameaça.