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Webinário promovido pela Rede Fio-Meta traz pesquisadores convidados para tratar da bioquímica do envelhecimento


12/08/2024

Por Bruno Moraes | VPPCB

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Evento on-line trouxe convidados da Unicamp e UFMG para discussão de pesquisas recentes sobre a relação entre longevidade e o tecido adiposo e sobre a senescência do sistema imunológico

No último dia 7 de agosto, a Rede de Pesquisa Translacional sobre Doenças Metabólicas e Envelhecimento (Fio-Meta), associada ao Programa de Pesquisa Translacional da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (PPT/VPPCB), promoveu  um webinário sobre dois tópicos importantes do estudo do envelhecimento. O evento foi transmitido pelo YouTube da VídeoSaúde e pode ser assistido online mesmo após sua realização. Contando com a presença dos pesquisadores convidados Marcelo Alves da Silva Mori (Instituto de Biologia/Unicamp) e Ana Maria Caetano de Faria (Instituto de Ciências Biológicas/UFMG), o Webinário teve apresentações de resultados, conclusões e perspectivas dentro das linhas de pesquisa conduzidas pelos grupos de pesquisa que ambos os convidados coordenam.

Realizando a primeira fala, o professor Marcelo Mori fez uma retrospectiva dos estudos nos quais seu grupo de pesquisa tem trabalhado, que envolvem compreender o papel do tecido adiposo em processos de envelhecimento e longevidade, com destaque para o papel da enzima DICER, envolvida no metabolismo de microRNAs. O pesquisador apresentou um conjunto de evidências de que, no tecido adiposo, a regulação da atividade desta enzima parece estar implicada em processos de equilíbrio metabólico e da senescência do tecido adiposo, impactando com a regulação da resposta à insulina e de processos inflamatórios.

Na segunda fala, a professora Ana Maria Faria mostrou resultados da sua pesquisa concernente à imunossenescência, discutida a partir do estudo de caso da resposta inflamatória à COVID-19 por pacientes provenientes de três distintas cidades, em diferentes faixas etárias e estados imunológicos. O estudo avaliou uma série de marcadores de senescência imunológica entre pacientes com quadros leves, moderados e graves da COVID-19. Foi verificado que a maior gravidade dos sintomas estava relacionada a uma maior proporção de células “exaustas” do sistema imune na fase inicial — ou seja, provavelmente não como uma consequência da infecção, e sim uma condição prévia. Além de células com mais sinais de senescência, pacientes mais graves também tinham um menor repertório de linfócitos B ativados.

Define-se como imunossenescência o processo de deterioração gradual do sistema imunológico decorrente do envelhecimento natural do organismo. O estudo desse tema é relevante para se compreender as diferenças de resposta a doenças infecciosas e do desenvolvimento de condições autoimunes na idade avançada, além  de revelar uma profunda relação entre um sistema imunológico bem regulado e a possibilidade de uma vida longeva.

O Webinário foi mediado pela pesquisadora da Fiocruz Ceará, Margareth Gallo e contou com a participação do pesquisador Vinícius Frias Carvalho, coordenador da Rede Fio-Meta. Carvalho comentou sobre a importância de estimular pesquisas com o envelhecimento e doenças associadas: “Essa é uma demanda da instituição e do país, devido à transição epidemiológica que vivemos. Além disso, é uma demanda da ONU que declarou a década atual, 2021-2030, como sendo a década do envelhecimento saudável. Portanto, a geração dessa rede busca integrar pesquisadores da Fiocruz, do Brasil e internacionais para tentar fazer com que a nossa população viva mais e melhor.

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