GT Água e Saneamento da Fiocruz realiza oficina para debater saneamento indígena 

A Oficina de Saneamento Indígena realizada nos dias 6 e 7 de agosto, no Rio de Janeiro, pelo Grupo de Trabalho (GT) Água e Saneamento da Fiocruz, que funciona no âmbito da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), reuniu especialistas e pesquisadores de saúde indígena e de saneamento de várias áreas e unidades da Fiocruz. O objetivo foi identificar projetos e grupos de pesquisa da Fiocruz que tenham interesse com a temática de saneamento e saúde indígena.

O encontro também aprofundou o debate sobre a relação entre o saneamento e a saúde indígena na instituição, visando reconhecer as experiências, desafios e potencialidades sobre o tema. Além disso, os participantes discutiram uma proposta de seminário que será realizado em parceria com a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e participação de outras instituições de pesquisa indígenas, além da sociedade civil e povos indígenas.

Ao abrir o encontro, o coordenador de Saúde e Ambiente da VPAAPS e um dos coordenadores do GT, Guilherme Franco Netto, disse que a Fiocruz pode contribuir significamente no que diz respeito à saúde e ao saneamento.  

O pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) e coordenador do GT, Alexandre Pessoa, destacou que o saneamento é um tema sempre recorrente, mas precisa ser aprofundado nos encontros e projetos da Fiocruz e que essa oficina é importante para conhecer o que tem sido feito pela instituição nessa área. "Água, saneamento e saúde indígena são indissociáveis".

Durante a oficina, a assessora técnica da VPAAPS, Sandra Magalhães Fraga, destacou os resultados do Seminário de Saúde Indígena realizado pela Fiocruz, em novembro de 2023, que abordou os projetos do Programa Inova na Fiocruz. Os projetos integraram diferentes temas da saúde indígena junto a diversas comunidades indígenas em âmbito nacional. De acordo com Sandra, ainda em agosto será lançado um novo edital do Programa Inova.

A coleta de resíduos é outra fonte de preocupação nas terras indígenas. Segundo a pesquisadora indígena do Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra - Paraty - Ubatuba, Ivanildes Pereira da Silva, existem iniciativas de separação dos resíduos. 

Entre os encaminhamentos da oficina estão o mapeamento de experiências de saneamento indígena, a articulação com revistas cientificas para a publicação de artigos envolvendo o tema, além da formação de uma comissão organizadora responsável pelo seminário de saneamento indígena que deverá acontecer no terceiro trimestre de 2025. Todo o processo de construção do seminário será feito com e para as comunidades indígenas. Os resultados desse encontro serão encaminhados para todos os diretores das Unidades da Fiocruz no sentido de fortalecer ações integradas.

Registramos que a realização da oficina de saúde indígena foi negociada com o comando de greve da Fiocruz por se tratar de uma atividade estratégica.