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Trajetórias Negras homenageia três mulheres de destaque da Fiocruz


19/07/2024

Marcelle Martins - Ascom Cogepe

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As vivências profissionais e pessoais de Jurema Lourenço, da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Cogepe), Valeria Castro, do Centro Latino-Americano de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp), e Luciana Lindenmeyer, da Fiocruz Ceará, foram contadas durante a realização de mais uma edição do Trajetórias Negras na Fiocruz. O evento, que aconteceu em 16/7, celebrou também o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional de Tereza de Benguela. O Trajetórias Negras na Fiocruz é promovido pelo Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, com apoio da Cedipa, Cogepe, Asfoc/SN e Icict.

Mychelle Alves, da Coordenação Colegiada do Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça, destacou a importância do evento e da valorização dos trabalhadores negros da Fiocruz. “Muitas das vezes, a história das pessoas negras ficou somente na oralidade. Registrar, conhecer e dar voz a estas pessoas é um ato antirracista”.
 

Homenagens

“Hoje homenageamos e celebramos a vida de três pessoas com contexto econômico, acadêmico e profissional atravessados por violência concreta e simbólica pelo fato de sermos mulheres negras”, ressaltou durante a mesa de abertura, a coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), Hilda Gomes.

A primeira homenageada foi Valeria Castro, servidora da Fiocruz desde 2008. Ela compartilhou com a plateia fotografias de diferentes momentos da sua vida para retratar as mudanças ocorridas ao longo do tempo. “Nessas imagens podemos perceber como mudei em todos esses anos. Como diz Lelia González, ‘a gente não nasce negro, a gente se torna negro’. E isso se mostra na minha trajetória enquanto mulher negra, na construção da minha imagem e na transição do meu cabelo”.
 

A segunda homenageada foi Jurema Lourenço. Primeira terceirizada a participar do Trajetórias Negras, a auxiliar de serviços gerais atua na Fiocruz desde 2016. Sua história foi contata por meio de um vídeo com cerca de 20 depoimentos de colegas de trabalho, familiares e amigos que a admiram e respeitam. “Ela é atenta, muito conectada às pessoas e às suas necessidades. Ela é leal, se preocupa. É amiga de todas as horas, está sempre tentando ajudar. Acho que essas características fazem dela a excelente profissional que é: uma trabalhadora de serviços gerais que está atenta às necessidades dos serviços de saúde”, declarou a servidora Cecília Barbosa.

Luciana Lindenmeyer foi a última homenageada, servidora da Fiocruz desde 2002. Luciana mudou-se em 2016 para o Ceará e faz parte da sua rotina de trabalho a participação em coletivos que potencializam a presença da mulher negra na Ciência. “Quando começamos o processo do letramento racial, não tem volta. Teve o tempo em que eu era a única menina negra na escola. Passei por processos como o alisamento do cabelo e do pregador no nariz e alguns episódios depressivos. Esse tornar-me negra é um processo permanente que me acompanha pela vida e eu agradeço a todas e todos que me ajudam a seguir”, concluiu.

 

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