Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Fiocruz lamenta a morte do seu pesquisador emérito Benjamin Gilbert


09/02/2024

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

Compartilhar:

A Presidência da Fiocruz lamenta profundamente o falecimento, nesta sexta-feira (9/2), aos 94 anos, do pesquisador Benjamin Gilbert, que atuava no Centro de Inovação em Biodiversidade em Saúde (Cibs) do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). Nascido em Felixstowe, no litoral da Inglaterra, em 27 de setembro de 1929, ele recebeu o título de pesquisador emérito da Fundação em 7 de fevereiro de 2020, em reconhecimento às contribuições dele à ciência, em especial no campo das plantas medicinais.

Formado em química pela Universidade de Bristol, em 1950, concluiu o doutorado em química orgânica em 1954 e começou a trabalhar com estruturas de flavonoides, em especial as isoflavonas. Em 1958, Gilbert se mudou para os Estados Unidos para fazer o pós-doutorado na Universidade do Estado do Wayne, onde trabalhou em um programa de pesquisa para determinar a estrutura de um inseticida natural presente em sementes de Mammea americana, conhecida no Brasil como abricó-de-Pará. No mesmo ano ele foi ao México, fazer pesquisas e conhecer a floresta tropical. No México recebeu convite para vir ao Brasil trabalhar no Instituto de Química Agrícola do Ministério da Agricultura, atual Embrapa-CTAA.

O pesquisador colaborou na fundação do Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição na qual foi professor-visitante até 1972. A pedido do CNPq, nos anos 1960 e 1970 Gilbert trabalhou na área de doenças endêmicas, em uma parceria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com a Fiocruz Minas. A atuação de Gilbert com caramujos lhe deu reconhecimento internacional e por isso ele se tornou conselheiro da Organização Mundial da Saúde (OMS). O pesquisador foi também chefe do Grupo de Bioquímica do Instituto de Pesquisas da Marinha de 1972 a 1985. Foi ainda sócio da Real Sociedade de Química da Inglaterra, da Sociedade Americana de Química, da Associação Brasileira de Química e da Sociedade Brasileira de Química.

Gilbert estava na Fiocruz desde 1986, trabalhando na área da química de produtos naturais e colaborando na implantação da fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse período também participou de comitês da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização para o Desenvolvimento da Química. Por toda a sua trajetória e por seus vastos conhecimentos no ramo da fitoterapia, da qual foi um dos pioneiros no Brasil, e por suas 120 publicações científicas, Gilbert foi agraciado por diversas instituições brasileiras e estrangeiras.

Na ocasião em que Gilbert recebeu o título de pesquisador emérito da Fiocruz, o diretor de Farmanguinhos/Fiocruz, Jorge Mendonça, destacou que "o professor Gilbert teve uma bela trajetória e uma vasta produção acadêmica, sendo referência no Brasil e no exterior por uma vida dedicada ao avanço da química, da fitoquímica e da ciência, pela defesa da produção pública de medicamentos, por uma luta incansável pela fitoterapia desenvolvida com todo rigor e também pela valorização do conhecimento tradicional”.

No Brasil, Gilbert conheceu a engenheira química Maria Elisa Alentejano, com quem se casou em 1959. O casal teve dois filhos: William Richard Gilbert e Peter Alentejano Gilbert.

O velório de Benjamin Gilbert ocorrerá neste sábado (10/2), a partir das 8h30, na sala 5 da Capela Real Grandeza, no Cemitério São João Batista (Rua Real Grandeza 248), em Botafogo, no Rio de Janeiro. O sepultamento está marcado para às 10h30.

Mais em outros sítios da Fiocruz

Voltar ao topoVoltar