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Fiocruz recebe Prêmio Alceu Amoroso Lima de Direitos Humanos


14/12/2020

Por: Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

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O Centro Alceu Amoroso Lima pela Liberdade, da Universidade Candido Mendes, promoveu na quinta-feira (10/12), dia em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 72 anos, a edição de 2020 do Prêmio Alceu Amoroso Lima de Direitos Humanos. A premiação homenageia anualmente grupos, instituições ou organizações que lutam pela justiça, pela paz e pelos direitos humanos. Este ano, pela primeira vez, foram três os ganhadores da honraria. Os premiados são a coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e liderança do povo guajajara do território Arariboia, Sônia Guajajara, o projeto Conexão Saúde, da Fiocruz, que atua nos complexos da Maré e Manguinhos, e o SUS e seus servidores, representados pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). Também foi feita uma menção honrosa aos programas de combate à pandemia da Associação de Moradores da Comunidade de Paraisópolis, em São Paulo: Presidentes de Rua, Adote uma Diarista e Costurando Sonhos. Houve ainda homenagens post mortem ao indigenista e sertanista Rieli Franciscato e ao engenheiro agrônomo Paulo Sérgio de Souza Leite. A cerimônia, realizada online pela primeira vez, foi transmitida pelo canal do Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep) no Youtube (assista abaixo).
 

 

O professor Cândido Antônio José Francisco Mendes de Almeida, reitor da Universidade Candido Mendes e um dos idealizadores do Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade, disse que a Fiocruz, em seus 120 anos, completados em 2020, é um exemplo de maturidade institucional. Ele também elogiou a dedicação da Fundação ao desenvolvimento da saúde pública e da ciência brasileiras e citou a projeção internacional conquistada por meio de seus pesquisadores e servidores.

O chefe de Gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel Fernandes, agradeceu a premiação e afirmou que, nesta pandemia, a instituição procurou se aproximar ainda mais das comunidades de seu entorno, habitadas por cerca de 200 mil pessoas, e nas quais mantém projetos sociais há décadas. “Toda essa situação difícil nos fez reforçar a nossa capacidade de diálogo e de interlocução com as comunidades, para ouvir e tralharmos em parceria”. Fernandes disse que os projetos na Maré e em Manguinhos contaram com grande apoio da iniciativa Todos pela Saúde, o que permitiu que muitos moradores pudessem estar seguros e praticando o isolamento social. “E os resultados estão à nossa frente. Já foi identificada uma queda na mortalidade nos dois complexos. Claro que existem muitos problemas. Mas as comunidades também têm muita potência, cultura e trabalho”.O  Conexão Saúde é um projeto desenvolvido em parceria com Conselho Comunitário de Manguinhos, Redes da Maré, Dados do Bem, SAS Brasil e União Rio.

Em seguida houve a intervenção da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que também participou do evento online. Ela disse que a premiação a fez recordar de muitos incontáveis e históricos defensores dos direitos humanos no país. Ela se disse muito lisonjeada com a premiação e afirmou que a pandemia trouxe novas formas de conhecimento e serviu para mobilizar instituições parceiras em busca de respostas. “No entanto, é claro que há muito a ser feito. O que vamos fazer a respeito da terrível desigualdade brasileira, por exemplo? Não podemos apenas reiterar o que já sabemos. Precisamos, mais do que nunca, enfrentá-la. A pandemia produz desigualdade, que no nosso caso já é imensa. Como reduzi-la? As respostas a essa questão precisam de mais Estado, mas também de mais sociedade”. Nísia ressaltou também a força e o protagonismo das mulheres nos movimentos sociais da Maré e de Manguinhos.

O Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade propõe-se a divulgar a vida e a mensagem de seu patrono, aprofundando seu compromisso com a liberdade, a justiça e os valores da pessoa humana. São objetivos do Centro a preservação do legado de Alceu Amoroso Lima, por meio da organização e edição de seus escritos inéditos e reedição de suas obras; o patrocínio jurídico a manifestações que concorram para a conquista e o aperfeiçoamento dos direitos da pessoa humana; a promoção de cursos, colóquios, seminários e debates que difundam a visão universalista de Alceu Amoroso Lima sobre os problemas do nosso tempo, à luz de seu compromisso cristão e da sua abertura a todos os homens de boa vontade; e o estudo e a pesquisa sistemática de temas relativos à liberdade e à libertação.

Alceu Amoroso Lima nasceu no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1893 e faleceu em Petrópolis, em 14 de agosto de 1983. Foi um crítico literário, professor, pensador, escritor e líder católico. Adotou o pseudônimo de Tristão de Ataíde nos artigos que escrevia para os jornais.

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