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Infância: especialista dá dicas para o desfralde


23/08/2016

Por: Irene Kalil e Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)

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Entre as muitas dúvidas que mamães e papais de primeira viagem possuem, uma das mais comuns e aparentemente simples de se resolver é quando iniciar o desfralde. É sempre importante, tanto nessa quanto em outras questões, respeitar o ritmo da criança. É necessário que ela tenha as condições de entender o processo para que possa ser desfraldada sem que isso cause transtornos emocionais, psicológicos e até clínicos. Quem tem intestino preso ou infecção urinária, por exemplo, sabe o quanto essas situações são incômodas. E elas podem ter tido seu início com a ansiedade dos pais, cuidadores e da escola na retirada das fraldas.

A seguir o pediatra do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Marcio Nehab, dá dicas para a hora do desfralde.

Quando tirar
Quando a criança começa a dar sinais de que está preparada para o desfralde. Entre 1 ano e meio e 2 anos, ela começa a falar: “xixi”, “cocô”. Ela ainda não tem muita noção, pode estar falando xixi quando, na verdade, quer fazer cocô, e vice-versa, mas começa a avisar, mesmo depois de já ter feito, pois não quer mais ficar com a fralda suja.

O que observar
Outro sinal é quando a fralda começa a ficar seca por mais tempo, o que indica que a criança já começou a ter o controle dos esfíncteres, que são os músculos responsáveis por segurar ou liberar a saída da urina e das fezes. Esse é o momento de os pais começarem a pensar na possibilidade de iniciar o desfralde.

Sem ansiedade
Forçar a criança a fazer o desfralde quando ela ainda não está pronta, seja do ponto de vista neurofisiológico ou emocional, pode gerar nela uma frustração por não corresponder às expectativas dos pais. Além disso, a criança pode começar a prender as fezes por muito tempo, causando prisão de ventre e até quadros mais graves de constipação intestinal.

Quando pedir ajuda
Se a criança tem alguma doença que dificulta sua capacidade de controle dos esfíncteres, o desfralde, muitas vezes, precisa ser adiado. Quando não há qualquer comprometimento neurológico ou do trato urinário, deve-se evitar iniciar o desfralde em momentos que coincidem com outras transformações importantes na vida da criança, como: nascimento de um/a irmão/ã, separação dos pais, mudança de casa ou de escola, entre outras.

Veja dicas para um desfralde mais tranquilo:

  • Situações do desenvolvimento infantil devem ser tratadas com flexibilidade. Se achar que a criança está preparada para o desfralde, mas, no decorrer do processo, perceber que ela não está madura, não há problema em parar e recomeçar em outro momento;
  • Utilize um penico ou ‘troninho’ com apoio para os pés para que a criança faça o esforço para liberação da urina e das fezes com segurança. Adaptadores de assento para vaso sanitário só devem ser usados quando a criança já estiver treinada;
  • Pergunte à criança, a cada uma ou duas horas, se ela deseja fazer xixi ou cocô, levando-a ao penico para que ela crie o hábito;
  • Use sempre as mesmas palavras para xixi e cocô ao falar com a criança. Se em cada momento você utilizar um termo diferente, poderá confundi-la e até mesmo prejudicar o desfralde;
  • Nunca brigue ou castigue a criança se ela fizer xixi ou cocô no chão ou na roupa durante o processo de desfralde. Ao contrário, valorize suas pequenas conquistas, encorajando-a a vencer as dificuldades.

* Foto: Peter Illiciev

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