20/10/2014
Fonte: Informe Ensp
Teve início ontem e segue até dia 22/10, a segunda edição do Simpósio Brasileiro de Saúde e Ambiente (Sibsa), organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), por intermédio do Grupo Temático de Saúde e Ambiente. A Fiocruz estará presente em diversas atividades do evento, que será marcado pela grande participação dos movimentos sociais e pelo debate de questões ambientais a partir das experiências de pessoas e populações que sofrem com elas, e não apenas sob a ótica de quem as estuda.
Serão quatro dias de discussões de temas como justiça ambiental, agroecologia, conflitos territoriais e saúde, ecologia de saberes, produção compartilhada do conhecimento, entre muitos outros, debatidos por pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e movimentos sociais. Este diálogo entre as diversas comunidades e experiências, não se restringindo ao campo científico, é apontado pelo presidente do Simpósio, o diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Hermano Castro, como o ineditismo do evento.
A segunda edição, que ocorre em Belo Horizonte, tem como tema Desenvolvimento, Conflitos Territoriais e Saúde: Ciência e Movimentos Sociais para a Justiça Ambiental nas Políticas Públicas. Seu objetivo é reunir os participantes em torno dos conflitos territoriais em curso no país, seus desafios e alternativas para a garantia do direito à saúde e da justiça ambiental, na perspectiva da ciência, das políticas públicas e da ação política da sociedade. Para isso o Simpósio foi dividido em três grandes eixos temáticos: Desenvolvimento socioeconômico e conflitos territoriais; Função social da ciência, ecologia de saberes e outras experiências de produção compartilhada de conhecimento; e Direitos, justiça ambiental e políticas públicas.
A participação da Fiocruz no Sibsa começou nos cursos e oficinas pré-simpósio, do dia 19 de outubro. Formação e Qualificação Profissional no campo da Saúde, Trabalho e Meio Ambiente foi o tema da oficina coordenada pela pesquisadora do Centro de Estudo em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh), Rita Mattos, e pelo vice-diretor de Escola de Governo, Frederico Peres. As pesquisadoras do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA), Clementina Feltmann e Simone Cynamon Cohen, coordenaram a oficina Saúde Urbana: Desenvolvimento e Cidadania na preparação das cidades brasileiras para grandes eventos internacionais. E a pesquisadora do Departamento de Endemias (Densp), Marcia Chame, coordenou a oficina Impactos Socioambientais, emergências de zoonoses silvestres e conservação da biodiversidade: desafios para a saúde do futuro.
Para dar as boas-vindas aos participantes a conferência de abertura do Sibsa contou com a presença do francês Jean Pierre Leroy. Sob a coordenação do presidente do Simpósio, Hermano Castro, Leroy falou sobre Direitos, Justiça ambiental e políticas públicas. Jean Pierre Leroy chegou ao Brasil na década de 1970. Na época era padre e atuou como religioso na região do Pará. Filósofo e mestre em Educação pelo Instituto de Estudos Avançados em Educação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ele foi coordenador do Programa de Pesquisa sobre Campesinato em Áreas de Fronteira, assessor da Comissão Pastoral da Terra e do Programa Nacional Fase Amazônia. Atualmente é membro da Rede Brasileira de Justiça Ambiental. A conferência de abertura aconteceu na noite de ontem.
A partir de hoje os debates serão promovidos em torno dos três eixos temáticos em discussão no fórum, um para cada dia. Ao final será realizada a plenária de encerramento, na qual será aprovada a Carta de Belo Horizonte. Também será discutida a criação de uma Rede de Saúde e Ambiente.