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Fiocruz Mata Atlântica integra IV Encontro de Experiências de Agricultura e Saúde na Cidade 


06/09/2024

Isis Breves (FMA/VPAAPS)

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Nesta terça-feira, 3 de setembro, teve início o IV Encontro de Experiências de Agricultura e Saúde na Cidade (EEASC), o qual aconteceu até o dia 5 de setembro que comemorou os 15 anos da Rede Carioca de Agricultura Urbana (Rede Cau) e os 40 anos da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia. Uma das entregas desse encontro foi a elaboração da Carta Política do IV EEASC que compreende a construção política necessária à construção de políticas públicas em prol da Agricultura e Saúde na cidade.  

A abertura aconteceu na Colônia Juliano Moreira, zona oeste do Rio. Na ocasião, Luís Madeira, representando a Vice-Presidência de Ambienta, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fiocruz, a Coordenação da Fiocruz Mata Atlântica e do Programa Institucional Territórios Sustentáveis e Saudáveis (PITTS) da Fiocruz, participou da mesa de abertura junto com Vitor Tinoco do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar no Rio de Janeiro, Elisangela Jesus da Silva (Janja), coordenadora Estadual do MTST de Pernambuco, Jandira Rocha, Coordenadora do Museu Vivo da Agroecologia e produtora rural executiva da economia solidária de Magé e coletivos de Mulheres da Guanabara, Joselita Benjamin, Agricultora da Associação dos Agricultores de Campo Grande, Processadoras de Alimentos, Artesãos e Amigos, Bruna Pitasi, Coordenadora de Apoio à Alimentação Adequada e Saudável do Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Saney Souza do Coletivo Caboclas e Juliana Menezes, integrante do Instituto Permacultura Lab como coordenadora pedagógica e faz parte da Rede Carioca de Agricultura Urbana. 

“A VPAAPs/Fiocruz vem colaborando para o trabalho conjunto entre os campos da saúde coletiva e da agroecologia, tendo uma coordenação específica dedicada ao tema, referenciada em seus Congressos Internos que reconhecem que a agroecologia deve ser fortalecida em estudos e ações da instituição. As ações que têm sido desenvolvidas estão alinhadas com a Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, estabelecida pela Organização das Nações Unidas, que busca fortalecer o alcance dos Objetivos do desenvolvimento Sustentável, principalmente os objetivos que tratam da superação da pobreza, da insegurança alimentar, da preservação ambiental, entre tantos outros que estão a ela articuladas. As ações da Fiocruz estão alinhadas também com o Programa Institucional de Territórios Sustentáveis e Saudáveis, que busca fomentar e apoiar a sistematização de experiências construídas pelo e no território que sejam promotoras de saúde, e reconhece a agricultura urbana agroecológica como uma estratégia consistente nessa perspectiva. Além disso, a Fiocruz considera a relevância de seguir desenvolvendo investigações em rede e transdisciplinares em agroecologia na interface entre conhecimento científico e saberes tradicionais, como um forma de atualizar sua agenda cientifica e novas formas de produção da ciência junto à importância das tecnologias sociais, sistemas agroecológicos, agroflorestais e das soluções baseadas na natureza, para o enfrentamento das inseguranças hídrica e alimentar e das desigualdades sociais, a restauração da biodiversidade, o fortalecimento das economias com base nas vocações locais, regionais e de políticas públicas de convivência com os biomas, as construções coletivas solidárias e participativas e processos circulares de energia e matéria”, falou Luís Madeira, VPAAPS/Fiocruz.

Segundo Robson Patrocínio, um dos integrantes do coletivo da organização do evento e Coordenador do Escritório Técnico de Segurança e Soberania Alimentar e Economia Solidária da Fiocruz Mata Atlântica, o título do evento já sintetiza o objetivo desse encontro, que se propõe a contribuir para que as experiências da agricultura urbana se fortaleçam em tenham condições de fazer valer outras maneiras de pensar e viver nesse mundo, que se reflitam as várias agriculturas e a agroecologia na cidade e seus impactos na saúde. “Todo esse contexto que envolve o conceito de Uma Só Saúde, um dos pontos relevantes é a promoção da soberania alimentar e a transformação dos sistemas agroalimentares, no qual a agricultura urbana é parte importante. Cita, também, a prática das tecnologias sociais como os Sistemas de Alagados Construídos, Clorador, a Casa Mãe de Sementes e Compostagem, soluções que a Fiocruz Mata Atlântica desenvolve para o território, que podem servir de inspiração para outros territórios e ainda se tornar políticas públicas para beneficiar a população que produz nas cidades. Essas iniciativas não excluem as demais agriculturas do campo, mas, sim, se complementam”, explicou Robson Patrocínio, Fiocruz Mata Atlântica. 

O evento é promovido pelo coletivo das instituições:  AARJ - Articulação de Agroecologia do Rio de Janeiro e AARJ Metropolitana, AS-PTA, Capina - Cooperação e Apoio a Projetos de Inspiração Alternativa, CEM - Centro de Integração na Serra da Misericórdia, CPT - Comissão Pastoral da Terra, Feab - Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil, Fundação Angélica Goulart, Instituto Permacultura Lab, PACS - Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul, Rede CAU - Rede Carioca de Agricultura Urbana, Rede de Agroecologia da UFRJ, Rede Fitovida, Univerde - Cooperativa de Agricultores Familiares de Produtos Orgânicos , Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) - Instituto de Nutrição, Fiocruz Mata Atlântica e Farmanguinhos/Fiocruz. 

As rodas de conversas acorreram no Horto Escola do campus da Fiocruz Mata Atlântica e teve como temáticas: Direito humano à Alimentação: abastecimento popular de alimentos; Tecnologias socioambientais para diferentes cuidados na cidade; Comunicação popular, juventudes e campanha da gente; Confluência de saberes tradicionais e acadêmicos: o papel das universidades aos movimentos da agroecologia; Infâncias e agroecologia; Saúde, plantas medicinais e fitoterápicos; Economia e mulheres na agricultura urbana.  

No segundo dia na parte da tarde, aconteceram as instalações pedagógicas com a participação dos territórios presentes no encontro. A construção da instalação pedagógica foi um processo coletivo, que trabalhou questões como: como a experiência contribui para enfrentar: a. Falta de informação sobre alimentação saudável e forte presença de propaganda de alimentos ultraprocessados no ambiente alimentar das comunidades, renda insuficiente, ansiedade e depressão associadas as violências nos territórios afetam o consumo alimentar, baixa disponibilidade de estabelecimentos que comercializam alimentos saudáveis a preços acessíveis e por fim falta de tempo para preparar refeições. O encontro encerrou com uma bela troca de sementes e mudas oriundas da diversidade de experiências. 

“O sentimento de gratidão por parte da Fiocruz Mata Atlântica em acolher esse Encontro na perspectiva de organização e infraestrutura com todos os desafios em tão pouco tempo para planejamento, mas que reconhecemos a importância de receber esse encontro no campus da e no envolvimento das atividades dada em prol de um objetivo maior que é a missão da Fiocruz em contribuir para políticas públicas em prol da saúde coletiva. Precisamos fazer valer as políticas públicas, o coletivo de instituições e redes, processos criativos, inventivos e formativos que valorizem os saberes locais. Agroecologia é saúde! “, finalizou Robson Patrocínio em sua fala de encerramento do evento, na plenária final. 
 

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