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Pesquisador aborda desafios no tratamento e prevenção da dengue


08/02/2024

Por: Karina Burini (INI/Fiocruz)

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O aumento significativo de casos de dengue registrado nas primeiras semanas de 2024 no Brasil tem despertado a atenção de especialistas. O pesquisador e infectologista do Instituto Nacional de Infectologia (INI/Fiocruz), André Siqueira, destaca que, diante dessa realidade, é crucial abordar de maneira eficaz tanto o tratamento quanto a prevenção da doença.

Siqueira esclarece que a dengue não possui um tratamento específico, mas destaca a importância de precauções simples, como o uso de repelente e roupas compridas em áreas com maior incidência do mosquito transmissor. Além disso, ele enfatiza a necessidade de verificação semanal nos terrenos residenciais, onde cerca de 75% dos criadouros do mosquito são identificados.

O especialista alerta para a atipicidade do atual número de casos, superando as estatísticas usuais para esta época do ano. Ressalta a urgência de implementar ações para reduzir o aumento de casos, ao mesmo tempo em que destaca a importância de preparar os profissionais de saúde para lidar com a demanda crescente.

Embora não haja certeza sobre as causas desse aumento expressivo, Siqueira menciona diversos fatores que podem contribuir, como o ano extremamente quente em 2023 e alterações no regime de chuvas, favorecendo a reprodução e densidade do mosquito.

Sobre os sintomas da doença, o infectologista alerta para a natureza inespecífica da dengue, causando febre alta, dores no corpo, muscular, atrás dos olhos, de cabeça, falta de apetite e náuseas. Diante desses sintomas a recomendação é procurar atendimento médico em unidades básicas de saúde ou unidades de urgência para avaliação do profissional de saúde.

Apesar de não existir um tratamento específico para a dengue, o infectologista destaca a importância da hidratação e do tratamento das complicações associadas à doença. Ele salienta que não há medicamentos com ação direta contra o vírus, mas é possível utilizar medicamentos para aliviar os sintomas. O pesquisador lembra que o INI integra a Aliança Dengue que visa desenvolver tratamentos eficazes e acessíveis para dengue.

O pesquisador adverte que aqueles que já tiveram dengue enfrentam um risco aumentado de complicações, especialmente se ocorreu há menos de dois anos, devido ao potencial de viremias mais elevadas, aumentando o risco de complicações fatais.

Quanto à vacina aprovada pela Anvisa, que protege contra os quatro sorotipos da dengue, Siqueira destaca sua incorporação pelo Ministério da Saúde. Ele informa que 3 milhões de pessoas estão programadas para receber a vacina nesta temporada, com a distribuição ainda sujeita a definições pelo Ministério da Saúde e secretarias estaduais.

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