O VIII Congresso Interno da Fiocruz trouxe como tema A Fiocruz e o Futuro do SUS e da Democracia, expressando a preocupação e o compromisso desta instituição com um projeto de país onde o propósito principal é o bem-estar de todos os cidadãos. Nesta perspectiva, as discussões do VIII Congresso reforçaram o papel da ciência, tecnologia e inovação como pilar do desenvolvimento econômico, social e humano, devendo estar articulada com as necessidades de saúde da população. Um país sem conhecimento científico e tecnológico e sem capacidade para gerar inovações jamais terá soberania para estabelecer políticas públicas capazes de assegurar o acesso universal, integral e equânime em saúde. Tal projeto de país é indissociável da defesa da democracia. E lutar pela democracia é lutar por uma sociedade plural, que aceita diferenças e busca a inclusão social, na qual as pessoas podem se manifestar sem medo, tenham noção das regras de convívio social e de sua validade para todos e todas e onde as instituições prezam pela Constituição. As 11 teses aprovadas no VIII Congresso Interno expressam estes anseios e indicam caminhos para que a instituição dê a sua contribuição ao país e à sociedade brasileira. A partir das diretrizes aprovadas a instituição organizará seu planejamento de quatro anos e estabelecerá suas metas capazes de fazer valer as teses aprovadas. Para além do seu conteúdo propositivo, o VIII Congresso Interno apresentou algumas novidades importantes. Apostou-se na ampliação dos debates e das representações. No período pré-congresso, as teses foram submetidas à consulta pública, possibilitando a qualquer pessoa contribuir com as discussões. E também pela primeira vez houve representação dos estudantes e da sociedade civil organizada durante os trabalhos de grupo e a plenária. Sem dúvida, esse processo abriu a instituição a outros olhares e contribuiu para o enriquecimento das diretrizes formuladas. A Fiocruz sai mais forte e unida após o Congresso e com a noção clara dos rumos a seguir nos próximos anos. É agora dever de todos trabalhar permanentemente para transformar as diretrizes aprovada sem realidade.
Nísia Trindade Lima, Presidente da Fiocruz