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Incidência de leptospirose representa alto custo social para o Rio de Janeiro


11/03/2014

Fonte: Informe Ensp

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A leptospirose, doença infecciosa incidente em países tropicais como o Brasil, impacta social e economicamente os grupos nos quais ocorre. Foi o que concluiu a dissertação de mestrado em Saúde Pública e Meio Ambiente da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), defendida pelo engenheiro Carlos Alexandre Rodrigues Pereira.

A partir da análise dos casos de leptospirose ocorridos em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, em decorrência das chuvas extremas de janeiro de 2011, o estudo concluiu que houve 52% de aumento no custo total do sistema de saúde do município e 35% da perda de produtividade total da sociedade entre os 177 casos com confirmação diagnóstica. O custo com o enfrentamento da doença neste período pode ter variado, no mínimo, entre R$63.348,57 e R$269.190,27.

A leptospirose é uma doença de notificação compulsória. Apesar do consenso sobre os seus impactos negativos, confirmados pelas altas taxas de absenteísmos, pelo elevado custo hospitalar e pela alta letalidade, o seu real impacto econômico, ou seja, seu custo social, ainda é pouco estudado no Brasil, onde a última avaliação realizada se referiu aos casos que evoluíram a óbito em 2007. 

No intuito de realizar uma avaliação mais abrangente, utilizando os dados secundários de acesso público disponíveis, a pesquisa analisou os casos ocorridos em 2008 no Brasil, buscando considerar não só os gastos do sistema de saúde com o tratamento da doença, mas também as parcelas atribuídas à sociedade, para que as estimativas encontradas se aproximassem do custo real da doença.

Para entender melhor o custo social e econômico da doença, o autor considerou necessário estudar a sua ocorrência na ocasião de chuvas extremas, uma vez que este evento facilita a ocorrência de casos e fornece os dados necessários à pesquisa.

Segundo Pereira, as estimativas apresentadas pela pesquisa evidenciam a necessidade de desenvolver meios capazes de diminuir, além dos custos, a incidência, a gravidade e a letalidade da leptospirose. "Para que isso ocorra, é preciso mais que os esforços isolados do setor de saúde: é fundamental a gestão integrada entre os diversos setores da gestão pública, uma vez que não são apenas as medidas específicas em saúde que podem levar a alterações no comportamento da doença”.

Sobre o autor

Carlos Alexandre Rodrigues Pereira possui especialização em Libras pelas Faculdades Integradas de Jacarepaguá (2012), e graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade de Uberaba (2011). Trabalhou na Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e foi professor em Cursos Técnicos no Centro Educacional de Uberaba. 

 

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