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Elsa-Brasil conclui segunda fase no Rio com participação ativa de servidores voluntários


05/12/2014

Por Daniela Savaget

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Em agosto de 2008 começava no país o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil). A partir da chamada Elsa convida à pesquisa, 15.105 voluntários – todos servidores com idade entre 35 e 74 anos - realizaram entrevistas e exames para a avaliação inicial do estudo. Participam seis instituições públicas de ensino superior e pesquisa das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do país, entre as quais a Fiocruz.

“O objetivo é discutir uma realidade brasileira usando como base informações sobre doenças cardiovasculares e diabetes e sua relação com os determinantes sociais e biológicos. Mais tarde foi incluído o câncer”, explica a coordenadora-adjunta do Elsa no Rio de Janeiro, Maria de Jesus Mendes da Fonseca.

Em setembro deste ano o estudo encerrou a segunda fase de coleta de dados com os participantes, chamada Onda 2, no Rio de Janeiro. Outros estados precisam finalizar a etapa para que, posteriormente, os pesquisadores possam aprofundar os conhecimentos a partir dos dados coletados.

“O que podemos adiantar e dizer em relação ao Rio de Janeiro é que tivemos um percentual de perda de participação muito pequeno em relação à primeira onda”, ressalta a pesquisadora colaboradora do estudo Arlinda Moreno. O sucesso de pesquisas como o Elsa depende, principalmente, da participação dos voluntários. “Se as pessoas não permanecem, se abandonam a iniciativa, nós diminuímos a longevidade da pesquisa”, afirma Arlinda.

Apontamentos

Na primeira onda do Elsa, realizada entre os anos de 2008 e 2010, os dados coletados revelaram que 37% (5.667) da população brasileira estudada estava hipertensa. A hipertensão arterial é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares e acidente vascular cerebral (AVC).

A coordenadora do Serviço de Educação do Museu da Vida, Hilda da Silva Gomes, foi uma das voluntárias. Ao fazer a bateria de exames da primeira onda, verificou alterações na avaliação de sua pressão. “Minha pressão arterial estava alterada. Procurei, então, meu médico para fazer mais exames e acompanhar melhor a questão”, afirma.

Para voluntários como Hilda, participar do Elsa é se dedicar à própria saúde. “Hoje em dia, com a correria cotidiana, somos impedidos de ter um acompanhamento médico mais adequado. Uma pesquisa como essa nos permite uma assistência no ambiente do trabalho, com credibilidade”, destaca.

Particularidades nacionais

Estudos como o Elsa já foram feitos em diferentes países desenvolvidos e os resultados serviram como base para recomendações sobre hábitos alimentares e físicos. Estes estudos não contemplam, entretanto, as diversidades do Brasil. “Muita coisa já se sabe, mas quase tudo lá fora. A ideia, a partir do Elsa, é tentar conhecer, de fato, a realidade brasileira. Saber se temos dados semelhantes, ou diferentes. Saber como estamos aqui”, afirma a coordenadora-adjunta do Estudo no Rio de Janeiro, Maria de Jesus.

É importante destacar que o Elsa não tem o objetivo de diagnosticar e tratar doenças. O estudo visa, na realidade, fomentar o desenvolvimento de novas investigações e subsidiar políticas públicas de saúde às necessidades nacionais. Os conhecimentos obtidos a partir dos dados coletados na Onda 2 devem ser disponibilizados no fim do próximo ano.

Por que só voluntários servidores participam?

“Como o estudo é longitudinal, busca acompanhar as pessoas em longo tempo, com grupos específicos. Assim, ao trabalhar com servidores, temos a facilidade de fazer esse acompanhamento, e diminuímos um dos grandes problemas desse tipo de estudo, que é a perda de segmento”, explica a coordenadora-adjunta do estudo no Rio de Janeiro, Maria de Jesus Mendes Fonseca.

As instituições que formam o consórcio responsável pelo Elsa, além da Fiocruz, são: Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Universidade de São Paulo

 

 

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