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Dengue

Dengue

O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito que costuma picar durante o dia (no início da manhã ou no final da tarde) e se multiplica em locais onde tem água parada. Ele vive dentro das casas e ao redor de residências, como em quintais e calçadas, por isso os cuidados precisam ser contínuos.  
 

Existem quatro tipos diferente desse vírus (DENV-1, 2, 3 e 4) e a infecção gera imunidade permanente - mas apenas contra um deles. Ou seja, é possível pegar dengue mais de uma vez. Além disso, dengue é uma arbovirose que pode afetar crianças e adultos. Pessoas com doenças crônicas, como diabetes e pressão alta, além de mulheres grávidas, crianças de até 2 anos e pessoas maiores de 65 anos têm maior risco de desenvolver complicações pela doença.  
 

A maioria dos casos é assintomático, ou seja, não apresenta sintomas. No entanto, ao desenvolver os primeiros sintomas, é preciso buscar atendimento médico para orientar a conduta. 

Sintomas

Em adultos, a primeira manifestação é febre entre 39°C a 40°C de início rápido, associada a: 

  • Dor de cabeça; 
  • Cansaço e mal-estar; 
  • Dor atrás dos olhos; 
  • Dores no corpo, nas juntas e atrás dos olhos;  
  • Manchas vermelhas no corpo que podem coçar. 

 
Na dengue mais grave, depois do terceiro dia da doença, quando a febre começa a diminuir, costumam aparecer: 

 

  • Sinais de hemorragia, como sangramento no nariz e na gengiva; 
  • Rompimento de vasos superficiais da pele (hematomas). 

 

Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.

 

Diagnóstico

Não há necessidade de fazer exames específicos para diagnosticar a doença, já que o reconhecimento é baseado nas manifestações clínicas apresentadas pelo indivíduo. No entanto, para apoiar o diagnóstico clínico podem ser realizados exames laboratoriais até o 5° dia de início da doença para identificação do vírus, além de pesquisa de anticorpos a partir do 6° dia de início da doença.   

 

Prevenção

A vacina contra dengue entrou no Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro de 2024. A Qdenga conta com um esquema de duas doses, que devem ser tomadas em um intervalo de três meses. Ela pode ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos de idade. Após o contágio pelo vírus da dengue, é recomendado esperar seis meses para tomar o imunizante.  
 

No planejamento inicial da campanha no SUS, crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias são os primeiros contemplados para receber a vacina.    
 

Embora exista a vacina contra a doença, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção da dengue e também de outras arboviroses urbanas como a chikungunya e zika. 
 

 Além das ações realizadas por agentes de saúde, medidas preventivas devem ser adotadas pela população, durante todo ano. São elas: 
 

  • utilizar telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão; 
  • remover recipientes com água parada, onde o mosquito deposita os ovos e se reproduz, como bandejas de ar-condicionado, calhas, pratos de vasos de plantas; 
  • vedar reservatórios e caixas de água; 
  • desentupir calhas, lajes e ralos; 
  • manter os ambientes livres de lixo e ter cuidado ao guardar materiais como garrafas, pneus, e até vasos sanitários sem uso; 
  • participar na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 

Tratamento

Não existe um medicamento específico para tratar a dengue. Repousar e tomar muito líquido para evitar a desidratação são medidas importantes para aliviar os sintomas. 
 

Além disso, não é recomendado tomar remédios por conta própria. O uso de medicamentos compostos por ácido acetilsalicílico, como aspirina, Melhoral, AAS e de anti-inflamatórios como diclofenaco, nimesulida e ibuprofeno, podem aumentar o risco de sangramentos.  
 

Não se esqueça, casos de dengue ou suspeitos precisam de orientação médica. 

 

Transmissão

A dengue é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti, quando o inseto carrega um dos quatro sorotipos do vírus. O Aedes é um mosquito que vive em áreas urbanas, principalmente as mais povoadas. É nesse tipo de lugar que o mosquito encontra condições ideais para se proliferar. Além disso, por causa do calor e das chuvas, que facilitam sua reprodução, ele se multiplica no verão.

 

Serviços

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Perguntas e respostas

A melhor forma de prevenir doenças como dengue, zika e chikungunya é combater o mosquito Aedes aegypti.

Os sintomas respiratórios são a principal diferença entre dengue e covid-19. A covid causa tosse, espirro, dor de garganta, perda de olfato e paladar, sintomas que não são comuns na dengue. Por outro lado, na dengue, aparecem manchas ver

É importante aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente. Se fizer ao contrário, o repelente pode não funcionar tão bem. Além disso, é possível usar o repelente também nas roupas (se for em spray). 

 

Não. Por ser produzida por meio de vírus vivo enfraquecido, a vacina não é recomendada a gestantes.

 

Atualizada em 29/08/24.

 

Os efeitos colaterais mais comuns são dor de cabeça e cansaço. Algumas vezes, pode haver sonolência, perda de apetite e febre, além de irritabilidade em crianças.

Quem está vacinado está mais protegido contra a dengue e tem menos chances de evoluir para a forma grave da doença. Estudos demonstraram que a vacina é eficaz em cerca de 84,1% para prevenir a doença.

Estudos observaram que após 30 dias a primeira dose da vacina consegue reduzir o risco de uma pessoa pegar a doença em 81%. Para uma proteção duradoura, é necessário tomar duas doses da vacina, com um intervalo de 3 meses entre elas.

Mulheres que estão em idade fértil e pretendem engravidar deverão ser orientadas pelo médico a usar métodos de anticoncepção por um período de 30 dias após a vacinação.

 

Não. A vacina está contraindicada para nutrizes e lactantes (mulheres que estão amamentando), já que ainda são desconhecidos os dados de segurança para o bebê. 

 

Entre as reações sistêmicas, a dor de cabeça foi o evento mais comum, seguido por dor, fadiga e cansaço físico. As reações raras incluíram irritabilidade (em crianças), sonolência, perda de apetite e febre.

Embora a vacina seja uma importante medida de proteção, ela só está disponível para um grupo específico. Por isso, a principal medida para prevenir a dengue continua sendo o combate ao mosquito Aedes aegypti.

Após uma infecção pelo vírus da dengue, recomenda-se um intervalo de seis meses para tomar a vacina. 

 

 

Fonte: Ministério da Saúde

 

Sim, mas depende da vacina. No Brasil, existem duas vacinas contra a dengue: QDenga® e Dengvaxia®.

 

- Crianças menores de 4 anos e idosos com 60 anos e mais; 

 

- Gestantes e lactantes (mulheres que estão amamentando); 

 

- Pessoas com hipersensibilidade aos componentes da vacina ou a uma dose anterior; 

Não há dados, até o momento, que indiquem a necessidade de dose de reforço na vacina contra a dengue. Os estudos continuam em andamento para responder a essa questão.

A vacina contra a dengue apresenta um esquema de duas doses, com intervalo mínimo de três meses entre a 1ª e a 2ª dose. 

 

Fonte: Ministério da Saúde

Estudos mostraram que a vacina reduziu o número de hospitalizações por dengue, oferecendo 84,1% de proteção geral contra a doença. Esse número leva em consideração pessoas vacinadas com ou sem histórico da doença no passado.

 

A vacina Qdenga possui os quatro sorotipos do vírus da dengue, conferindo ampla proteção contra a doença. Os estudos realizados até o momento já verificaram a eficácia da vacina contra os sorotipos DENV-1, 2 e 3.

A vacinação contra a dengue está sendo priorizada nos municípios que apresentam muitos casos de trasmissão da doença.

 

A vacinação será destinada ao público de 10 a 14 anos, 11 meses e 29 dias, que residem em localidades prioritárias, com critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país e conforme decisão pactuada com estados e mu

As vacinas contra a dengue estão sendo disponibilizadas aos poucos pelo fabricante ao Ministério da Saúde.

 

O Aedes aegypti passa por quatro etapas até chegar à forma de mosquito: ovo, larva, pupa e forma adulta. Este ciclo varia com a temperatura, alimentação disponível e quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro.

Sim. São elas a Tríplice Viral (sarampo, rubéola e caxumba), HPV (condiloma ou papiloma), Varicela (catapora) e Dengue.

 

Fonte: Instituto Fernandes Figueira (IFF / Fiocruz)

Não. A indicação do uso de própolis para combater o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya não tem fundamentação científica. 

 

Agora vamos desmentir algumas fake news:

 

Não. Até o momento, produtos caseiros à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, dentre outros, não têm eficácia comprovada contra o Aedes aegypti. Também não há remédios comprovados para atuar como repelentes para mosquitos.

Você pode encontrar artigos científicos e informações sobre esses temas no Repositório Institucional da Fiocruz, chamado Arca (www.arca.fiocruz.br).

Sim. O repelente é muito importante e eficaz para prevenção de doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e febre amarela. A maioria das marcas pode ser usada por grávidas.

Os ovos podem sobreviver até 450 dias em ambientes secos, após serem postos no ambiente pelas fêmeas do mosquito Aedes aegypti.

 

As ações de controle de mosquitos são feitas principalmente pelas prefeituras. Quando você encontrar um foco do mosquito em terrenos baldios ou em lixo acumulado na rua, você deve ligar para a Secretaria Municipal de Saúde.

Sim. Algumas regras são:
 

- Pessoas e animais domésticos não devem ficar no local durante a aplicação.
- Após o tempo de aplicação do produto, ventile o ambiente antes de entrar.
 

Os repelentes de tomada são produtos que afastam mosquitos, e sua eficácia contra o Aedes aegypti foi comprovada pela Anvisa.

Você pode usar repelentes com registro na Anvisa, que contenham uma das seguintes substâncias:

 

- N,N-DIETIL-META-TOLUAMIDA ou N,N-DIETIL-3-METILBENZAMIDA (DEET)

 

Sim. No início do século 20, o Brasil adotou medidas rigorosas para controlar o Aedes aegypti, transmissor da febre amarela urbana. Em 1958, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o Brasil livre do mosquito.

 

Não. Apenas as fêmeas se alimentam de sangue, pois precisam dele para produzir ovos. As fêmeas também se alimentam de substâncias açucaradas como néctar e seiva.

Na dengue, evitar certos medicamentos é importante porque a doença pode reduzir o número de plaquetas no sangue, o que afeta a coagulação.

Não existe comprovação de que o consumo de substâncias como vitaminas, cebola ou alho seja eficaz como mecanismo repelente de mosquitos, e o consumo exagerado e sem orientação médica de vitaminas e medicamentos pode ser perigoso para a s

Observe se no rótulo existe o número de registro do produto na Anvisa. O registro é uma sequência de nove números que aparece no rótulo da seguinte maneira: "Reg. MS – X.XXXX.XXXX".

 

Repelentes com DEET não são recomendados para crianças menores de dois anos.

O Ministério da Saúde e a Fiocruz recomendam que as pessoas procurem o serviço de saúde mais próximo se tiverem algum dos sintomas abaixo.

 

Experiências de sucesso no SUS

 

Plataforma reúne 60 descrições de praticas-solucoes contra a dengue e o Aedes aegypti realizadas pelo SUS em diversas regiões do país que podem inspirar e servir de modelo para ajudar no controle da doença.

 

O segredo da Wolbachia

Radis destaca método Wolbachia no combate a arboviroses: bactéria transferida para o mosquito da dengue ajuda a reduzir casos de dengue e outras doenças. Desde 2014, o Brasil integra o rol de 11 países que compõem o Programa Mundial de Mosquitos (ou World Mosquito Program, da sigla WMP). Conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz, com financiamento do Ministério da Saúde em parceria com governos locais, é na sede da Fiocruz, mais precisamente no campus Maré, na Avenida Brasil, que ganham vida os Wolbitos — como são carinhosamente chamados os mosquitos com Wolbachia. 

 

 

 

Conheça mais sobre a doença


 

Wolbachia contra o Aedes


 

O World Mosquito Program (WMP) é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos. No Brasil, o Método Wolbachia é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais. 

Infográfico: Como controlar o Aedes aegypti

10 minutos contra a dengue: juntos para controlar a doença

 

Quadrinho contra a dengue

Juntos contra a dengue

Com proposta lúdica, vídeo em forma de cordel musicado mostra como combater a dengue a partir de atitudes cotidianas.

 

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