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Promoção da saúde

Promoção da saúde

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A pesquisadora Drª. Danielle Moraes apresenta a promoção da saúde como campo tradicional na atenção básica, mas que fica muitas vezes restrito a programas pré- estabelecidos em áreas prioritárias (tabagismo, planejamento familiar, atividades físicas). A pergunta que devemos nos fazer é se as soluções apresentadas servem para todos? Aborda a importância de situarmos os lugares de fala e situando suas camadas de privilégio. Precisamos nomear essas questões porque estão presentes na atenção básica através das diferentes expressões do racismo, da lgbtfobia, dos usuários diagnosticados da saúde mental. Na sua perspectiva, falar de promoção da saúde é problematizar as medidas prescritivas que inibem as expressões de nós mesmos, muitas vezes nos condicionando a uma a pauta que é do outro. Uma certa concepção de promoção da saúde que pode funcionar como camisa de força para as pessoas que demandam cuidado. Ressalta que sendo um campo científico e de produção de conhecimento existem disputas conceituais. E que na sua concepção não dá para definir promoção da saúde sem a perspectiva dos Direitos Humanos , da denúncia da violação de direitos e sem a perspectiva da luta pela transformação social. Faz a crítica de uma visão prescritiva que propõe roteiros que vão ordenar o cotidiano das pessoas sem ouvi-las, perguntar e conhecer sua existência. Principalmente aquelas que ficam sempre a margem da sociedade como os usuários de crack, profissionais do sexo ou os usuários da saúde mental, por exemplo. Faz a crítica da hipervalorização da noção de risco levando a um discurso culpabilizante e punitivo do indivíduo, podendo se tornar um fator de produção de ansiedade e medos. Os cálculos de risco e a epidemiologia são ferramentas importantes, mas não para metrificar a vida ou definir o modo que tocamos a vida. A ideia de estilo de vida saudável vem substituindo a produção de cuidado, criando estereótipos idealizados e uma centralidade no corpo que não pode ser gordo ou envelhecer. É preciso ter a possibilidade de sair desse discurso sanitário para fazer um tipo de cuidado diferente. Isto é, rever as condições de trabalho, as exigências de produção, lutar pelos direitos dos trabalhadores e acreditar num outro mundo possível.

O Vídeo integra o site do Portfólio de Práticas Inspiradoras em Atenção Psicossocial produto da pesquisa “Desafios para a saúde mental na atenção básica: construindo estratégias colaborativas, redes de cuidado e abordagens psicossociais na Estratégia de Saúde da Família" desenvolvida na EPSJV com o apoio do Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde PMA/VPPCB/Fiocruz

Data do vídeo: 
16/03/2021 - 12:03
Canal do vídeo: 
EPSJV - Fiocruz

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