21/08/2013
Por: Marina Lemle
A luta diária de dez mulheres do Rio de Janeiro que têm filhos com algum tipo de deficiência, como autismo e outros quadros que demandam dos pais extrema dedicação, é o tema do documentário Um dia especial - um dos 26 selecionados para exibição no Festival Assim Vivemos de 2013, que acontece de 21 de agosto a 1o de setembro no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro.
Produzido e dirigido por Yuri Amorim, com o apoio e recursos da agência japonesa Jica e, na fase de pós-produção, da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fiocruz, por meio de projeto selecionado em edital da Faperj, o filme retrata um dia na vida dessas famílias com pessoas especiais.
Amorim explica que o filme não destaca nenhuma patologia específica, mas aborda casos de autismo e outras síndromes mais raras e desconhecidas, como as de Rett, Angelman e Lennox Gastaut.
"Acompanhamos um pequeno pedaço da rotina de cada família e mergulhamos em suas histórias e dramas individuais. Intercalados com esses cotidianos temos os depoimentos impressionantes das mães", conta o diretor. "Mostramos histórias variadas com o intuito de tentar estabelecer um mosaico de narrativas que seja plural o suficiente para representar legitimamente a experiência dessas famílias que, quase sem perceber, acabam se tornando tão especiais quanto seus filhos."
O filme busca desconstruir um discurso pessimista e vitimizador quase hegemônico: "A nossa perspectiva passa necessariamente por uma visão mais leve e otimista do tema", completa o diretor.
Após a última exibição do filme no festival, em 1º de setembro, será realizado debate com as mães e o diretor. O documentário também será apresentado a especialistas de vários países em Tóquio, no Japão, em 23 de agosto, na Conferência da Ásia-Pacífico.
A mãe de Rafaela, Andrea Apolônia Pereira, que deu a ideia de se fazer um filme, irá a Tóquio com o diretor.
"Temos um papel muito importante, uma missão grandiosa: incluir nossos filhos nessa sociedade e dar nossa parcela de informação básica para todos", afirma Andrea, que integra a Rede de Mulheres Muito Especiais, apoiada pela Jica e pela área de Promoção da Saúde da VPAAPS.
"A nossa perspectiva passa necessariamente por uma visão mais leve e otimista do tema" (Yuri Amorim - diretor do documentário)
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