02/09/2013
Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em parceria com o pesquisador Gordon Hamilton da Universidade Keele, na Inglaterra, desenvolvem um projeto para o controle do vetor da leishmaniose visceral na região sudeste do Brasil. Nesta segunda fase, a iniciativa testa o uso do ferormônio sintético do mosquito palha: o 9-Metil Germacreno.
O ferormônio é uma substância química secretada por espécies animais que promove a atração sexual de indivíduos da mesma espécie. E um kit que usa o ferormônio combinado a um cortinado impregnado com inseticida a base está em fase de desenvolvimento, segundo aponta o coordenador do projeto e pesquisador do Laboratório de Doenças Parasitárias do IOC, Reginaldo Peçanha Brazil: "O ferormônio irá atrair os mosquitos e o inseticida o eliminará. Planejamos testar o uso do kit como estratégia de controle, com o objetivo de favorecer a diminuição da densidade de flebotomíneos em determinada localidade", explica.
Financiando pela Wellcome Trust, fundação internacional que apoia pesquisas biomédicas, o projeto envolve 18 municípios do noroeste do Estado de São Paulo, região com muitos casos da doença.
A leishmaniose visceral é uma doença infecciosa sistêmica que compromete o fígado e o baço, além de ocasionar a perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia, dentre outras manifestações. Os sintomas podem surgir entre 10 dias a 24 meses após a infecção pelo parasito do gênero leishmania.
A enfermidade é transmitida pelo inseto Lutzomyia longipalpis, conhecido popularmente como mosquito palha, sendo o cachorro o principal reservatório doméstico do parasito.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2009 e 2011, foram notificados mais de seis mil casos da doença.
Saiba mais no site do IOC.