09/12/2016
Fundação Oswaldo Cruz
A Fundação Oswaldo Cruz inaugura nesta sexta-feira (9/12) o Centro Henrique Penna - Protótipos, Biofármacos e Reativos para Diagnóstico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Com investimento de R$ 478 milhões, o Centro permitirá incorporar tecnologias inéditas, ampliando a capacitação tecnológica e a produção de insumos estratégicos no Brasil.
No Centro também funcionarão modernos laboratórios para produção de Reativos para Diagnóstico in vitro (IVDs). A concepção integrada permitirá melhor articulação das várias atividades de desenvolvimento tecnológico e produção, racionalização das operações e utilidades industriais.
A área de Reativos para Diagnóstico in vitro abriga modernas plataformas tecnológicas para produção de testes em grande escala, com capacidade de 20 milhões de reações/ano e será a primeira a operar no Centro, seguida pelas de biofármacos e, posteriormente, pela planta piloto.
Destaque para as novas plataformas de multitestes rápidos, DPPs, testes moleculares, multitestes com base em microarranjos líquidos e testes de imunofenotipagem. As instalações permitem a ampliação da oferta dos kits para diagnósticos – dentre eles, os kits de diagnóstico rápido para zika, o Kit Molecular ZDC (diferencial para zika, dengue e chikungunya) e o Kit NAT, que detecta HIV, HCV e HBV nas bolsas de sangue transfusional da hemorrede brasileira.
Inovação para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde
No empreendimento, funcionará uma Planta Piloto. Concebida para o desenvolvimento baseado em bactérias, leveduras e células eucarióticas, ela é a primeira da América Latina a se tornar operacional e com sistemas independentes para atividades upstream e downstream, que convergem para uma área de formulação, envase e liofilização de lotes experimentais para escalonamento da produção ou estudos clínicos em condições de Boas Práticas de Fabricação (BPF).
O Centro faz a ligação entre o desenvolvimento tecnológico e a produção e, através dele, Bio-Manguinhos/Fiocruz poderá prestar serviço a outros laboratórios, públicos e privados, fortalecendo a cadeia de inovação brasileira.
Além disso, o Centro possui duas plantas para a produção de biofármacos, nas plataformas de células chinese hamster ovary (CHO) e Escherichia coli recombinante. Ambas são flexíveis e possuem capacidade para a introdução de novos biomedicamentos.
Na plataforma CHO, será inicialmente produzida a Alfaepoetina, usada no tratamento de anemia em portadores de insuficiência renal crônica, anemia em pacientes com aids submetidos ao tratamento com zidovudina (AZT) e de pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico.
Na plataforma E.coli recombinante, serão incorporados biofármacos que fazem parte da carteira de PDPs de Bio-Manguinhos/Fiocruz, como a Filgrastima (usada para tratar efeitos colaterais para pacientes de câncer) e a Somatropina (para tratar deficiência do crescimento).
O Centro Henrique Penna evidencia o esforço da Fiocruz pelo fortalecimento do Complexo Econômico Industrial da Saúde e eleva o protagonismo da instituição na produção e ampliação de acesso da população a produtos biotecnológicos estratégicos.
Por sua importância no aumento da capacidade produtiva e por permitir a prestação de serviços tecnológicos para outros laboratórios e a todo o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), o Centro Henrique Penna contou com aportes do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os equipamentos da Planta Piloto e o sistema de ar-condicionado de todo o empreendimento. Já a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) colaborou com recursos para a planta piloto.
Carlos Henrique Penna
Henrique de Azevedo Penna nasceu no Rio de Janeiro em 1901, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro) e frequentou os Cursos de Imunidade, Bacteriologia, Micologia e Zoologia Médica do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), recebendo esses certificados de Carlos Chagas, em 1929. A competência do cientista foi fundamental para a produção brasileira da vacina 17DD de febre amarela, consolidada no IOC/Fiocruz.
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