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Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

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'Perspectiva nacional e a Fiocruz do futuro' é tema de encontro na quinta (16)


14/03/2017

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Fonte: CCS/Fiocruz

A Coordenação das Ações de Prospecção da Presidência da Fiocruz realizará na próxima quinta-feira, 16/03, às 14h, no auditório da Ensp, a sua primeira atividade - o evento Ano Oswaldo Cruz: perspectiva nacional e a Fiocruz do futuro. Será um debate sobre o futuro da instituição com um novo modelo de articulação e diálogo entre a presidência e a comunidade, a fim de criar instrumentos de intervenção. “Será um diálogo para a ação. E o simbolismo é que esse diálogo começa com a própria presidente da Fiocruz. Não é apenas o debate pelo debate, mas uma atividade para subsidiar a preparação da instituição para o futuro, a partir de uma demanda da presidente Nísia”, afirma Carlos Gadelha, que está à frente da nova área.  A ideia, informa ele, é que os encontros sejam realizados periodicamente, envolvendo toda a comunidade, como uma nova forma de pensar e gerir a Fiocruz. Em entrevista, Carlos Gadelha ressalta a importância da participação de toda a comunidade Fiocruz no evento, explica as especificidades desse modelo e fala sobre a missão da Coordenação.

Como será esse novo modelo?

A ideia é trazer a discussão da ciência, tecnologia e inovação e do fortalecimento do SUS para um diálogo da presidente com a comunidade, visando uma estratégia de futuro. Ou seja, a missão da Coordenação de Prospecção é articular a inteligência disseminada na Fiocruz para mudar a realidade institucional e intervir no campo da ciência, tecnologia e inovação em saúde. A segunda marca é fazer isso como uma articulação matricial. Daí a importância da participação das unidades nesse evento. Vamos começar um amplo processo. A atividade de prospecção e inteligência da Fiocruz não está concentrada na presidência; ela está presente em todas as unidades da instituição. O primeiro desafio é transformar o pensamento prospectivo em política institucional concreta. O segundo é envolver o conjunto das unidades e áreas com a participação dos colaboradores, servidores, alunos da Fiocruz para ajudar a construir uma visão de futuro e das ações dela decorrentes. Não é apenas um diálogo acadêmico, com grandes pensadores, o que também é muito importante. Portanto, teremos um debate com a presidente, mas também com a Nísia pensadora, acadêmica, colaborando, ao mesmo tempo, para o aprofundamento da democracia institucional numa estratégia de formulação e de ação de um projeto de futuro.

O senhor disse que o encontro marca uma nova forma de pensar a Fiocruz. Qual seria esse modelo?

O evento marca o início das atividades da Coordenação das Ações de Prospecção da Presidência da Fiocruz, que foi concebida pela presidente com o objetivo de fortalecer essa área de prospecção, a fim de preparar a Fiocruz para o futuro. Para esse primeiro evento, convidamos a própria presidente para que ela possa debater junto com a comunidade da Fiocruz o papel da instituição na história da construção da nação brasileira e nortear um processo de prospecção para o futuro. Assim, o encontro inaugura uma nova forma de gestão de acordo com as ideias da presidente Nísia, dos compromissos por ela assumidos de fomentar um processo participativo, democrático, de diálogo com toda a instituição, com toda a comunidade, para pensar a Fiocruz do futuro.

Qual a visão de futuro da Fiocruz?

Na perspectiva mencionada a ideia envolve alguns elementos essenciais em duas grandes vertentes. Uma delas é a Fiocruz fortalecendo o seu papel de articulação nacional na cadeia do conhecimento da ciência, tecnologia e inovação. Ou seja, é a Fiocruz articulando esse complexo que vai da pesquisa ao cidadão, seja nas formas de prestação de serviços, de qualificação das pessoas, de geração e difusão de conhecimentos estratégicos e úteis para a sociedade brasileira, visando melhorar a vida dos cidadãos com base no conhecimento, na tecnologia e na inovação. A segunda vertente é como nos engajar para fortalecer o esforço nacional para consolidação do SUS e dos direitos em saúde.

Ou seja, é uma articulação complexa que a Fiocruz pode e tem a obrigação de fazer pelo lugar central que ocupa em nosso País, integrando os campos da ciência, tecnologia e inovação e da saúde como um dos pilares essenciais dos direitos e da cidadania.

Quais são as principais marcas desse processo democrático?

Em uma palavra, tentando sintetizar, é o fortalecimento do componente da ciência, tecnologia e inovação em saúde em uma estratégia nacional de desenvolvimento. Trata-se de pensar a saúde e os direitos sociais como partes integrantes de um modelo de sociedade para o qual a Fiocruz deseja contribuir neste contexto tão difícil em nosso país. Esta perspectiva envolve o fortalecimento da própria democracia externa e interna. Ou seja, é trazer essa discussão da ciência, tecnologia e inovação e do fortalecimento do SUS para um diálogo da presidente com a comunidade, visando uma estratégia de futuro. De modo inovador, a ideia é fazer isso como uma articulação matricial com a participação de todas as unidades. Por isso, a importância da participação ampla nesse evento. 

O conhecimento a serviço da vida envolve transformar o pensamento prospectivo em políticas institucionais concretas. A contribuição concreta para a sociedade e a democracia permeia toda esta perspectiva, no sentido de articular um processo substantivo e coletivo na própria construção do futuro institucional.

Na prática como será esse processo?

Todos têm uma colaboração a dar. A ideia é que os gestores, tecnologistas, pesquisadores, técnicos, possam participar do processo de construção coletiva desse futuro. Assim, a Prospecção é ampla: envolve o levantamento de tendências científicas e tecnológicas, mas também as áreas das ciências biomédicas, sociais, da história, saúde global e da história de nosso próprio país para pensar o futuro.  

A professora Nísia foi chamada para essa atividade não apenas por ser presidente, mas também por ser uma pessoa que trabalhou a sua vida toda academicamente no campo da história e dessa ligação de desenvolvimento, projeto nacional, saúde e história. Por isto, esse evento traz também a marca do “Ano Oswaldo Cruz”, não apenas como celebração do passado mas também como a base que temos, enraizada em nossa história, para pensar o futuro. O futuro do sistema de saúde requer um diálogo com a ciência, a tecnologia e a inovação. Qual é o padrão assistencial de futuro que nós devemos ter? Como enfrentamos a questão do envelhecimento e da mudança do perfil epidemiológico? Como lidamos com a emergência sanitária, agenda que permeia a investigação científica até o cuidado na atenção básica e num sistema de vigilância inteligente? Como nos preparamos para a 4ª Revolução Tecnológica, quando o País ainda está nos marcos da 2ª Revolução? Como lidar com o desenvolvimento sustentável, garantindo, como parte inerente a este, a redução das assimetrias sociais, tecnológicas e do conhecimento vigentes nas escalas global e nacional?

Há, assim, uma perspectiva política e estratégica de prospecção que envolve pensar e agir para transformação de nossa Instituição e do modelo de sociedade vigente em nosso país, como partes indissociáveis de um projeto de futuro. Seguindo a marca Fiocruz como uma construção de todos, busca estimular a participação da comunidade na formulação concreta e no diálogo no que há de mais nobre em nossa instituição: o seu futuro e a contribuição para a sociedade brasileira, respeitando o seu passado como base para se preparar para o futuro.

*Foto: Gustavo Sthepan

"O conhecimento a serviço da vida envolve transformar o pensamento prospectivo em políticas institucionais concretas" (Carlos Gadelha)

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