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Entrevista: pesquisador fala sobre vacina fracionada de febre amarela


29/01/2018

Fonte: Ensp/Fiocruz

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A febre amarela vem sendo o grande vilão de 2018. Com o aumento do número de casos em algumas regiões do país, desde que o ano teve início, todas as atenções estão voltadas para a campanha de vacinação com dose fracionada e dose padrão de vacina contra a doença. Neste primeiro trimestre de 2018, 76 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia participam da campanha. O objetivo, segundo o Programa Nacional de Imunização (PNI) é evitar a expansão do vírus para áreas próximas de onde há circulação viral atualmente. No total, 19,7 milhões de pessoas destes municípios deverão ser vacinadas na campanha, sendo 15 milhões com a dose fracionada e outras 4,7 milhões com a dose padrão.

A adoção do fracionamento das vacinas é uma medida preventiva que será implementada em áreas selecionadas. A campanha preventiva do Ministério da Saúde tem como base o estudo da Fiocruz que comprova que a dose reduzida da vacina gera uma proteção equivalente à da dose padrão por pelo menos oito anos. Atualmente, o Ministério da Saúde utiliza a dose padrão da vacina de febre amarela, com 0,5 mL. Já para a dose fracionada são aplicados 0,1 mL, o que representa 1/5 da dose padrão. Um frasco com 5 doses da vacina de febre amarela, por exemplo, pode vacinar 25 pessoas e um frasco com 10 doses pode vacinar 50 pessoas.

O recente estudo feito pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz), com a participação do pesquisador da ENSP, Luiz Antonio Bastos Camacho, comprovou que a dose fracionada da vacina de febre amarela é eficaz por, pelo menos, 8 anos. O estudo de dose resposta avaliou 319 pessoas vacinadas com a dose fracionada em 2009 e, após 8 anos, verificou-se a presença de anticorpos contra a doença em 85,3% dos participantes, semelhantes ao observado com a dose padrão neste mesmo período (88%). Dessa forma, os resultados dão suporte ao uso de doses fracionadas da vacina de febre amarela. O controle da epidemia na República Democrática do Congo, em 2016, pela OMS também utilizou 1/5 da dose Padrão da Vacina de Febre Amarela de Biomanguinhos/Fiocruz.

Nos últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde - informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde sobre a situação da febre amarela no país - desde o ano passado, os informes de febre amarela seguem a sazonalidade da doença, com aumento do número de casos, no verão. No período de monitoramento (de julho/2017 até junho/2018), foram confirmados 35 casos de febre amarela no país sendo que 20 vieram a óbito, até 14 de janeiro deste ano. Ao todo, foram notificados 470 casos suspeitos, sendo que 145 permanecem em investigação e 290 foram descartados.

 O Informe ENSP conversou com o pesquisador do Departamento de Epidemiologia e Métodos Quantitativos da ENSP/Fiocruz, Luiz Antonio Bastos Camacho, que participou do estudo sobre o fracionamento da vacina de febre amarela. Na entrevista especial Camacho fala sobre as características do fracionamento da vacina e sua durabilidade, além da transmissão urbana da doença, do volume de doses disponíveis e do treinamento realizado na Escola com profissionais de saúde que atuam e vão atuar na campanha de vacinação Informação para todos, vacina para quem precisa, promovida pelo Ministério da Saúde no início de 2018. Acesse a entrevista.

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