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Conselheiros analisam tendências e desafios da Editora Fiocruz


17/09/2014

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A 39ª Reunião do Conselho Editorial da Editora Fiocruz, realizada no final de agosto, contou com a participação de Hooman Momen, editor consultor do periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Momen fez uma apresentação sobre sua experiência na WHO Press, onde foi coordenador. Um balanço das atividades da Editora Fiocruz, o potencial dos e-books e estratégias de internacionalização também foram pontos de pauta da reunião. Na oportunidade, os conselheiros discutiram, ainda, diretrizes para a conversão de teses em livros e a proposta de uma nova coleção, dedicada à formação para o SUS.

Segundo Momen, a Organização Mundial da Saúde (WHO, na sigla em inglês) produz, anualmente, entre 350 e 400 publicações com ISBN. Cerca de 1,5 milhão de exemplares são distribuídos a cada ano, chegando até lugares de difícil acesso, dado que o objetivo não é a exploração comercial. “As publicações da OMS são especialmente dirigidas aos profissionais de saúde e não à população geral, embora qualquer um possa ter acesso a elas através do site da OMS”, destacou. As publicações têm custo elevado. A maior parte dos recursos é investida na preparação do conteúdo, que, em geral, é resultado de reuniões. A WHO Press só publica trabalhos de funcionários ou comissionados e não conta com um conselho editorial.

Já a Editora Fiocruz, que reúne autores de diferentes instituições e áreas do conhecimento, conta com um conselho editorial bastante ativo. Participaram da 39ª Reunião a diretora da Editora, Nísia Trindade Lima (VPEIC), o editor executivo, João Canossa, os editores científicos, Carlos Machado de Freitas (Ensp) e Gilberto Hochman (COC), e os conselheiros Jane Russo (Uerj), Pedro Paulo Chieffi (FCMSCSP), Ricardo Ventura Santos (Ensp) e Soraya Vargas Côrtes (UFRGS).

Em um balanço de atividades atualizado, João destacou o crescimento de títulos em ciências biológicas e biomédicas, área da qual se percebia participação tímida no catálogo da Editora. Ele ressaltou também o expressivo número de reimpressões e reedições, que revelam uma significativa demanda pelos títulos da Editora. 

Contudo, em um país carente de livrarias – a média é de 0,5 estabelecimento por município –, oferecer acesso aos livros permanece como grande desafio. Nesse sentido, as editoras universitárias e suas respectivas livrarias, organizadas em rede no Programa Interuniversitário para Distribuição de Livro (PIDL), desempenham um papel importante.

“Muitas vezes, essas editoras são responsáveis pela organização de importantes eventos livreiros locais. Um exemplo é a Editora da Universidade Federal de Alagoas (EdUfal), que coordena a Bienal do Livro em Maceió”, comentou João. A participação em eventos, científicos e de mercado, em nível local, nacional e internacional, é uma das principais estratégias para a disseminação dos títulos da Editora Fiocruz.

Mais recentemente, essa disseminação foi ampliada também pelo segmento digital. Fruto de uma política de acesso (aberto ou facilitado), o SciELO Livros já contabiliza mais de 14 milhões de downloads de obras completas da Editora Fiocruz, uma das protagonistas do desenvolvimento desse portal. O SciELO Livros prevê mais do que colocar livros on-line: o objetivo é também gerar metodologias e indicadores que contribuam para a valorização do livro.

E que podem contribuir também para a internacionalização da produção acadêmica em saúde coletiva. “Um desafio é que os livros da Editora Fiocruz cheguem a públicos internacionais, seja na forma de e-books que podem ser acessados em outros países de língua portuguesa, seja na forma de títulos traduzidos para outros idiomas”, afirmou Nísia. Às vezes, porém, não basta o acesso ou à tradução; faz-se necessário uma adaptação ou mediação. 

Isso significa não só difundir os livros já em catálogo, como também editar novas publicações previamente planejadas para a internacionalização. “Seriam de interesse obras sobre experiências comparadas, as relações educação/trabalho e ensino/serviço, as políticas públicas etc. Livros direcionados à África de Língua Portuguesa mereceriam especial atenção”, exemplificou Nísia. 

Atenção especial também deve ser dedicada às teses que se transformam em livros. “Os livros monográficos publicados pela Editora, em sua maioria, são resultado de uma tese de doutorado. Entretanto, os originais, muitas vezes, chegam à Editora ainda com jeito de tese e não de livro”, destacou Gilberto. Existem autores que desconhecem o tratamento que precisa ser dado à tese para transformá-la em livro: há pontos que precisam ser retrabalhados, acrescentados ou retirados. “Por isso, surgiu a ideia de estabelecer diretrizes para orientar e estimular os autores”, completou Carlos. 

Na reunião, os editores científicos também apresentaram a ideia de uma nova coleção. Ela seria voltada para um público que terminou o ensino médio com uma formação para o SUS e/ou que já está atuando no SUS (seja na prática da assistência, na gestão ou nos Conselhos de Saúde). Seria uma coleção com formato diferenciado – não estritamente acadêmico –, cuja proposta ainda está em amadurecimento.

"Livros direcionados à África de Língua Portuguesa mereceriam especial atenção”, disse Nísia Trindade Lima, diretora da Editora

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