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Brasileiros são mais confiantes diante da ciência do que se costuma supor, mostra artigo


22/01/2014

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Um estudo analisou as opiniões dos cidadãos brasileiros sobre ciência e tecnologia e apontou que o nível escolar ou de informação de um cidadão não interfere em seu interesse, e até otimismo, pelos temas. Diferentemente da opinião de alguns cientistas, educadores ou comunicadores da ciência que acreditavam que haveria pessismismo, medo ou hostilidade em relação à temática, os dados da pesquisa indicam que a maioria dos brasileiros tem uma visão confiante e de apoio à ciência.

Os resultados da pesquisa estão no artigo As opiniões dos brasileiros sobre ciência e tecnologia: o paradoxo da relação entre informação e atitudes, que está disponível em acesso aberto na revista História, Ciência, Saúde - Manguinhos (volume 20, suplemento 1 de novembro de 2013). Elaborado pelos pesquisadores Yurij Castelfranchi (UFMG); Elaine Meire Vilela (UFMG); Luciana Barreto de Lima (Instituto de Avaliação e Desenvolvimento Educacional - Inade); Ildeu de Castro Moreira (UFRJ); e Luisa Massarani (Fiocruz), o texto aborda a relação entre interesse e nível de informação em C&T declarados. A conclusão é de que a maioria das pessoas que se dizem interessadas em C&T não declara níveis de acesso elevado à informação sobre tais temas. 

"Em muitos debates sobre as relações entre ciência e sociedade, em particular quanto à aceitação das tecnologias ou à percepção de seus riscos, existe uma hipótese subjacente: a de que a ignorância gera medo, e o medo gera desconfiança ou hostilidade contra a ciência e a tecnologia", aponta o resumo do artigo. "(...) Mostramos que essa hipótese é questionável. Com base numa recente enquete nacional, apontamos que atitudes otimistas sobre ciência e tecnologia não dependem do nível escolar ou da informação declarada ou acessada pelas pessoas sobre o tema. Indivíduos com escassa informação possuem, em geral, atitudes positivas. Pessoas com maior escolaridade e acesso à informação possuem atitudes diversificadas, otimistas sobre alguns aspectos, porém mais críticas sobre outros."

Foram estudadas as relações entre informação, escolaridade e atitudes e constatado que indivíduos com escassa informação possuem, em geral, atitudes positivas sobe os temas de C&T. Pessoas com maior escolaridade e acesso à informação possuem atitudes diversificadas, otimistas sobre alguns aspectos, porém mais críticas sobre outros. Para isto, a pesquisa teve como base a enquete nacional promovida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pelo Museu da Vida Fiocruz Percepção pública da Ciência e Tecnologia no Brasil - Resultados da enquete de 2010.

"A hipótese simplista de que estar mais informado, ou mais escolarizado, significa 'aceitar mais', ou ver a C&T de forma 'mais positiva', é refutada pelos dados e precisa ser reformulada se quisermos que as políticas públicas e as práticas de ensino e popularização tenham mais eficácia e qualidade", diz trecho do artigo.

Acesse a publicação na íntegra

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