Pesquisadores investigaram quatro novos complexos metálicos contendo rutênio e ouro associados à amodiaquina, fármaco para tratamento da malária. O estudo, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Diogo Moreira, demonstrou que a substância é eficaz na inibição do crescimento do Plasmodium, parasito causador da doença, em múltiplos estágios do ciclo de vida. Os resultados foram publicados no periódico Chemistry Europe [1].
Os estudiosos se basearam em conhecimentos anteriores de que as quinolinas são consideradas excelentes ligantes para coordenação de metais e são utilizadas como medicamentos para o tratamento da malária. Evidências indicam que metais de transição podem ser conjugados com as quinolinas para serem usados como ferramentas no tratamento.
Os complexos de amodiaquina contendo rutênio e ouro demonstraram ser potentes contra o desenvolvimento do parasito in vitro e in vivo. Estas propriedades podem ser atribuídas à capacidade dos complexos de reproduzir a supressão da desintoxicação do heme induzida pela amodiaquina, ao mesmo tempo que inibem outros processos no ciclo de vida do Plasmodium. Os achados do estudo indicam que a coordenação de metais com quinolinas antimaláricas é uma ferramenta química potencial para a concepção e desenvolvimento de medicamentos para malária e outras doenças infecciosas.