O presidente em exercício da Fiocruz, Mario Moreira, recebeu na tarde desta terça-feira, 14 de fevereiro, o Grande-Colar do Mérito, em cerimônia no edifício-sede do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília.
O vice-presidente do TCU, corregedor e ministro, Vital do Rego, foi o responsável pelo discurso de homenagem a todos os membros. Ele ressaltou que nenhuma organização é estanque ou imune a fatos externos e lembrou que os indivíduos que as formam influenciam as instituições. Segundo ele, o TCU busca inspiração nas trajetórias dessas pessoas e instituições. “É preciso valorizar quem faz a diferença na nossa coletividade, honrar sua contribuição para a sociedade, reconhecer seu esforço e manter vivos seus feitos”, ressaltou. A Fiocruz foi lembrada por seu histórico em pesquisa e na luta contra doenças endêmicas, com destaque para seu papel na produção de vacinas e atuação nas epidemias de H1N1, zika e mais recentemente na pandemia de Covid-19, e agora, contar com uma ex-presidente da Fundação no cargo de ministra da saúde, a pesquisadora Nísia Trindade.
O Instituto Butantan foi a outra instituição homenageada, além do ministro da Defesa e ministro emérito do TCU, José Múcio Monteiro, o ex-presidente da República Michel Temer, o economista e ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung, o fotógrafo Sebastião Salgado, o jornalista Ribamar Oliveira (in memoriam), e a cardiologista Ludhmila Hajjar, que fez o discurso em nome dos demais homenageados. Hajjar comentou que o caminho para um país desenvolvido passa pelo investimento em ciência, e que instituições fortes e democráticas não podem contemplar vitórias curtas em ciência e tecnologia, mas a área deve ser considerada como essencial. Ela acredita na revitalização do SUS e que as universidades não podem ser deixadas de lado no debate sobre a saúde pública, ressaltando a necessidade de parcerias público-privadas. A cardiologista indagou como os médicos brasileiros vêm sendo formados, e apontou a necessidade de critérios mais rígidos, e não só formação técnica, mas também ética e humanística desses profissionais, sendo tarefa prioritária a avaliação das 355 faculdades de medicina do Brasil.
O presidente do TCU, Bruno Dantas, informou que a cerimônia foi adiada devido à pandemia de Covid-19, e integra a programação dos 130 anos de instalação do Tribunal de Contas da União. A comenda foi criada em 2003 e condecora personalidades nacionais ou estrangeiras, por seu méritos excepcionais ou por relevante contribuição ao controle externo, segundo o órgão. A escolha dos candidatos ao prêmio é feita, em sessão especial, pelo Conselho do Grande-Colar, composto pelo presidente, pelo vice-presidente e pelos ministros titulares do TCU.