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Seminário no Espírito Santo discute comunicação e saúde (6 e 7/11)


16/10/2018

Fonte: Icict/Fiocruz

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Novembro de 2015, nossa memória visual, emocional, histórica, socioambiental e da saúde sofreu profundo impacto. Somos ‘afetados’ e tragados pelas imagens e sons de buzinas, de gritos e pelo desespero. Muitas vidas sem vida. Era o resultado da avalanche de lama e resíduos que se constituiu na “tragédia-crime” da mineradora Samarco e suas acionistas. Era só o início do sofrimento da bacia do Rio Doce e das populações que o cercam até Regência, no Espírito Santo.

Na mesma época, os casos de microcefalia aumentam vertiginosamente no país, e em 11 de novembro, temos a “Declaração da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) por alteração do padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil.” Uma nova epidemia e um velho conhecido: o mosquito Aedes Aegypti. E milhares de bebês, maioria do Nordeste, nascem com a Síndrome Congênita do Zika Vírus. E os impactos nas vidas das mulheres-mães, das famílias e no SUS, ainda hoje, não foram completamente dimensionados.

Passados três anos, a epidemia de zika e o desastre socioambiental do Rio Doce, seus impactos sociais, invisibilidades, silêncios e resistências estarão em discussão no 2º Seminário Capixaba de Comunicação e Saúde (2º Secacs), que acontece nos dias 6 e 7 de novembro, em Vitória, no Campus Goiabeiras, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

O objetivo do evento é fortalecer e ampliar o diálogo e ações entre a comunidade científica, entidades, comunidades e famílias que tiveram suas vidas afetadas pelas duas emergências. Para isso, o 2º Secacs será composto de palestras, exibição de documentários, mesas redondas e encontros com a sociedade civil. A conferência de abertura será realizada pelo pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Luís David Castiel.  “A expectativa é que os debates contribuam para que visibilidades se efetivem, vozes rompam os silêncios e que ações em rede reforcem o coletivo e possamos resistir às tentativas de apagamento das memórias, que visa simplesmente eliminar a obrigatoriedade de direito de cidadania e responsabilidade do Estado para com os seus cidadãos”, destaca Adauto Emmerich, coordenador do evento.  

O seminário é organizado pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPGSC) e conta com o apoio da Rede Zika – Ciências Sociais e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (FAPES).

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas na página do evento. As vagas são limitadas e haverá certificação dos participantes.

Histórico

Essa é a segunda edição do Seminário Capixaba de Comunicação e Saúde. O primeiro, realizado em 2015, teve o propósito de pensar estratégias e práticas de comunicação para o Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa inaugurava o Acordo de Cooperação firmado entre a Ufes e o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Passados três anos, acontece o 2º Secads, com o tema Zika vírus e Rio Doce: (IN)visibilidades, silêncios e resistências.

Programação

O seminário, que acontece nos dias 6 e 7 de novembro, é composto de palestras, mesas redondas, debates e exibição de documentários.

No seu primeiro dia, o seminário tem a programação voltada para a epidemia de Zika. Destacam-se a pré-estreia do documentário Todo Cuidado do Mundo, e o Encontro de Mulheres-Mães: Fortalecendo Redes, quando mães e familiares das crianças poderão compartilhar experiências e trocar informações de forma a contribuir na superação de desafios. No encontro estará presente Germana Soares, Presidente União de Mães de Anjos (UMA), de Pernambuco.

Na quarta-feira, 7 de novembro, a proposta é discutir os impactos do desastre socioambiental sofrido pela bacia do Rio Doce e das populações que o cercam até Regência, no Espírito Santo. A programação conta com a presença de Lucimar Muniz – membro da Sociedade Civil de Mariana – MG e de representantes de Regência no ES.

Durante a programação haverá a exibição do documentário Rio das Lágrimas Secas, direção de Saskia Sá e a pré-estreia de Todo Cuidado do Mundo, direção Úrsula Dart.

Programação

6 de Novembro - Terça-feira

Local:  Cine Metropolis - UFES / Campus Goiabeiras
8h30 – Credenciamento e Recepção dos Participantes
9h - Mesa de abertura
9h30 – Pré-estreia do documentário: “Todo Cuidado do Mundo”   
10h – Conferência de Abertura
Tragédias e Emergências – (In)Visibilidades e Silêncios
Prof. Dr. Luis David Castiel (Ensp/Fiocruz)

11h - 13h - Mesa 1: Zika e Emergências – (In)Visibilidades e Resistências
Mediação: Prof. Dr. Adauto Emmerich PPGSC/Ufes
Expositores:
Dra. Paula Freitas – Pesquisadora e Doutora em Saúde Coletiva (CEUNES/UFES)
Germana Soares – União Mães de Anjos – PE
Representante das Mulheres-Mães do Es

14h - 17h - Encontro com Mulheres-Mães: Fortalecendo Redes
Participantes: Mulheres-mães do ES
Germana Soares (UMA/PE)
Dra. Paula Freitas - Pesquisadora e Doutora em Saúde Coletiva  (CEUNES/UFES)
Dra. Elda Bussinger (FDV/ES)
Dra. Hellen Nicácio de Araújo – Defensoria Pública do ES
17h – Exibição de Documentários

7 de novembro

Local: Salão Rosa - Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) - UFES / Campus Goiabeiras
9h - Exibição Documentário: Rio das Lágrimas Secas Direção – Saskia Sá
9h30 – 12h30 - Mesa I: Rio Doce – Tragédias e  Resistências
Expositor e Mediador: Prof. Dr. Edgard Rebouças (POSCOM/UFES)
Expositores:
Lucimar Muniz – membro da Sociedade Civil de Mariana – MG
Representante  da Comunidade de Regência
João Thomé – Instituto Chico Mendes / ICMBIO
Prof. Dr. Weden Alves – UFJF/MG

13h30 - 16h - Mesa 2 - Rio Doce – Tragédias e Resistências
Mediador: Prof. Dr. Adauto Emmerich
Expositores:
Isabela de Deus Cordeiro – Ministério Público/ES
Representante SESA – Vigidesastre
Bianca de Jesus Silva – Geppedes/UFES
Paola Primo – PPGSC/UFES
Mariela Pitanga - PPGSC/UFES
16h – Encerramento

Sobre os documentários
Todo Cuidado Do Mundo, Ursula Dart (DOC,  25`, ES, 2018)   
Quatro mulheres com muitas histórias de vida. Muitas experiências nem sempre boas. Todas são mães que amam intensamente seus filhos e filhas. Sabrina, Glaucilene, Alessandra e Josileide têm em comum a consciência de que suas crianças são especiais e são portadoras da Síndrome Congênita do Zika Vírus, que merecem e necessitam de Todo Cuidado do Mundo.

Rio das lágrimas secas, de Saskia Sá (DOC, 25', ES, 2018)
No dia 5 de novembro de 2015 a barragem de resíduos de mineração de Fundão, de propriedade da Samarco, subsidiária da Vale e da BHP, rompeu, causando um desastre ambiental que afetou o Rio Doce e todos os ecossistemas ao redor, matou 19 pessoas e desalojou inúmeras outras. Rio das Lágrimas Secas conta essa história pelo ponto de vista de mulheres afetadas por este crime em três comunidades localizadas ao longo do Rio Doce: Mariana e o distrito de Bento Rodrigues, as mulheres da aldeia Krenak em Resplendor e Regência, na foz do Rio Doce, litoral do Espírito Santo.
Folder com data do evento e o nome das mesas e debatedores

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