05/12/2023
Luiza Toschi (Cooperação Social da Fiocruz)
Leonídio Santos, coordenador da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, foi homenageado na 19ª edição da cerimônia de entrega da Medalha Careli de Direitos Humanos em evento realizado pelo Sindicado Nacional de Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) nesta segunda-feira (4) no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). Também receberam a medalha nomes como Frei Betto, Mãe Neide Oyá d’Oxum, Yvone Costa de Souza (assistente social da Creche Fiocruz) e representantes do jornal comunitário Voz das Comunidades, do Fórum Grita Baixada e do Projeto de Educação Jurídica Popular por Cidadania Fiscal e Direitos Humanos.
Como convidados a compor a mesa estavam a Presidente da ASFOC-SN, Mychelle Alves; o representante da Presidência da Fiocruz, Juliano Lima; o diretor da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Marcos Menezes; o representante do Ministério da Saúde, Alexandre Telles; o Secretário Nacional de Participação Social da Presidência da República, Renato Simões; a irmã de Jorge Careli, D. Lucia Helena Careli; e um representante da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz, Israel Dias.
No mesmo dia, ocorreu a 17ª edição do Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania que reconheceu o trabalho realizado pelo IdeiaSUS Fiocruz, pelo presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, e pela Rede Nacional por Responsabilização e Reparação das Vítimas da Covid-19.
“Quando a gente escolhe alguém para premiar por sua atuação com Direitos Humanos é porque a gente quer valorizar essa experiência. São experiências que nadam na contramão das instituições e do sistema em que a gente vive. Quando a gente reconhece o valor dessas lutas, estamos dizendo: isso é algo que a sociedade precisa como um valor”, disse Renato Simões, Secretário Nacional de Participação Social da Presidência da República, que compôs a mesa da solenidade.
Leonídio Madureira, coordenador da Cooperação Social, recebeu prêmio das mãos de Carlos Fidelis, presidente do Cebes.
Em seu discurso de recebimento da medalha, Leonídio começa reconhecendo a contribuição de seus pais, semialfabetizados, sobre os princípios que regem sua luta pela solidariedade de classe. Além disso, ele reconheceu a companhia de colegas militantes. “Na Cooperação Social, o lugar que estou atualmente, tem um coletivo de trabalhadoras e trabalhadores que me permite sonhar mais ainda e me dá forças. Assumimos o desafio de identificar possibilidades de contribuir com os grupos sociais historicamente minorizados em seus direitos”, disse o coordenador do setor. “Esse coletivo permite criar condições para que nós possamos induzir processos dentro da Fiocruz, dialogando com as Unidades, para que venham a se somar a fazer um enfrentamento muito grande junto a populações vulnerabilizadas, empobrecidas, que são de favelas e periferias – nossos vizinhos”, completou.
Leonídio encerrou sua fala refletindo sobre as condições que permitem que os moradores de Manguinhos e Maré tenham uma expectativa de vida 11 anos e meio menor que outros bairros do subúrbio, a menos de cinco km da região ou sete anos a menos que o bairro vizinho, Bonsucesso. “Precisamos garantir um contexto que reforça a luta pela vida nas favelas e periferias. E isso significa apontar para o futuro. Não vamos derrotar o nazifascismo no país se não tivermos um movimento participativo na política, isso é uma condição”, disse o pesquisador. Veja o discurso na íntegra no canal do Projeto Cidades em Movimento.
Carlos Fidelis, presidente do do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), foi o nome indicado para entrega da insígnia. “Fiquei muito contente de ser escolhido para entregar o prêmio para o Leonídio. De tudo o que já foi dito dele, eu quero ressaltar que ele faz um trabalho muito importante, mas faz questão de se manter nos bastidores. Nós temos trabalhado juntos ultimamente e eu vejo a grandeza do trabalho do Leonídio e estou muito feliz de poder fazer isso”, afirmou.
Desde 2001, a Asfoc-SN concede a Medalha Jorge Careli de Direitos Humanos a pessoas ou entidades que se destacam na luta contra a violência e em defesa dos direitos humanos. Já o Prêmio Sérgio Arouca de Saúde e Cidadania é uma homenagem à memória e à obra do sanitarista na defesa da saúde pública do país e da garantia de direitos e desenvolvimento da população e reconhece a atuação de pessoas e entidades desde 2004.