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Cooperação Social participa com três atividades em Congresso da Abrasco


09/11/2023

Luiza Toschi (Cooperação Social da Fiocruz) e André Lima (Cooperação Social da Fiocruz)

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A Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz (CCSP) participou com três trabalhos nas modalidades de oficinas e simpósios temáticos do 9º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que aconteceu entre os dias 30 de outubro e 03 de novembro em Recife (PE). Com o tema Emancipação e Saúde: decolonialidade, reparação e reconstrução crítica, o Congresso tinha como objetivo, a partir de pesquisas e experiências concretas, analisar processos de opressão que impactam a vida e a saúde e, assim, propor estratégias de enfrentamento por meio de políticas, programas e práticas de cuidado em saúde.

Nas atividades propostas, pesquisadores da CCSP ligados aos projetos Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis, Periferia Brasileira de Letras, Jovens Pesquisadores e Rede de Defensores de Direitos Humanos e Promoção da Saúde no Estado do Rio de Janeiro pautaram o “modo de agir em cooperação social” com movimentos sociais, coletivos, organizações populares e associações comunitárias – e sua importância para decisões estratégicas para as políticas em saúde. O conceito faz parte do cabedal teórico, político e metodológico que orienta as práticas em cooperação social na Fiocruz. Saiba mais no livro institucional da coordenação.

Na manhã do dia 31 de outubro, foi realizada a oficina Pesquisa Militante e Saúde: induzindo o debate que constrói, que já acontece pela terceira vez em congressos da Abrasco. A atividade foi coordenada por Rejany Ferreira dos Santos, pesquisadora de Saúde e Ambiente com foco em Recursos Hídricos e Tecnologias Sociais em Saúde da Cooperação Social; André Lima, historiador e  pesquisador da Cooperação Social com foco em participação social e governança territorial de favelas e periferias; e Carolina Burle de Niemeyer, pesquisadora das interseções entre Agroecologia e Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.

Rejany Ferreira, André Lima e Carolina Burle na oficina sobre pesquisa militante.

“Nós começamos conceituando a pesquisa militante porque muita gente às vezes está realizando esse tipo de pesquisa, mas não reconhece”, afirma Rejany. Para ela, o mais importante da atividade foi receber os convidados da oficina que contaram sobre suas experiências e fomentaram o debate sobre o que é uma pesquisa feita com o território e não “para ele”. “Esse é o grande diferencial: ouvindo, dialogando, percebendo as necessidades e construindo uma perspectiva e soluções de forma compartilhada com quem está no território”, completa.

À tarde, André Lima, Gabriel Simões, pesquisador e Coordenador de Gestão Estratégica da CCSP e Richarlls Martins, da Assessoria de Relações Institucionais da Fiocruz, promoveram o Fórum Direito à saúde e movimentos sociais: diálogos com territórios e grupos vulnerabilizados. A proposta desta ação é fruto   das construções participativas das Conferências Livres de Saúde e das Atividades Autogestionadas da 17ª Conferência Nacional de Saúde. Em uma roda de conversa, os proponentes convidaram as 45 pessoas presentes para uma troca de experiências e reflexões de aprendizagem sobre a atuação em cooperação com movimentos sociais e organizações de base sócio-comunitárias.

 

“O congresso foi uma grande oportunidade de apresentar as iniciativas da Cooperação Social da Fiocruz e realizar debates muito valiosos e intercâmbios com pessoas de vários lugares do Brasil que estão na militância realizando importantes projetos junto aos coletivos populares”, avalia Gabriel.

Já nos Simpósios Temáticos, o pesquisador André Lima também teve participação na sessão Extensão na perspectiva decolonial. Ele apresentou a comunicação Favelas, Periferias e Promoção da Saúde: o caso das primeiras edições da Jornada Científica Favelados Universitários, que buscou refletir os vieses de ciência e universidade e a importância de se criar um diálogo com movimentos sociais e organizações populares. Para ele “o modo de se construir ciência precisa auscultar outros contextos de produção de conhecimento, buscando um fazer científico mais aberto a outros sabedores”, completa.

Sobre a Cooperação Social
Em 2002, o Congresso Interno da Fiocruz aprovou a criação da Coordenação de Projetos Sociais. Vinculado à Presidência, o órgão tinha como missão realizar o fomento, acompanhamento e articulação entre os projetos sociais desenvolvidos. Em 2009, a Presidência da instituição optou por transformar a linha de atuação baseada em projetos sociais em uma política de cooperação social - alterando o nome da coordenação. Com a decisão, foram definidos novos marcos políticos, conceituais e metodológicos nas formas de a instituição se relacionar internamente e com a realidade dos territórios vulnerabilizados, por meio de articulações com organizações de base sociocomunitária, grupos sociais afetados por doenças negligenciadas e movimentos sociais.

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