Conselheiros debatem política de Estado para o desenvolvimento do Brasil

O primeiro dia de reunião (1/8) do Conselho Deliberativo Fiocruz teve a participação do físico Luiz Davidovich, ex-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), que apresentou as principais propostas do documento Importância da Ciência como Política de Estado para o Desenvolvimento do Brasil, encaminhado pela ABC aos candidatos à Presidência da República. Em sua fala, Davidovich relacionou as recomendações aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. 

Entre os pontos ressaltados por Davidovich estão a necessidade do combate à fome e à desigualdade social e a importância de investimentos na ciência, tais como ampliação das ações afirmativas e reajuste de bolsas como forma de evitar a fuga de cérebros do país. O físico destacou que o Brasil tem, em média, 880 pesquisadores a cada 1 milhão de habitantes — índice bastante distante da média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que varia entre 3.500 e 4.000 pesquisadores por milhão de habitantes.

“A desigualdade é um impedimento ao avanço da ciência em nosso país. É fundamental ter em mente que um projeto de desenvolvimento sustentável de ciência e tecnologia não pode ser limitado à comunidade científica. Tem que perpassar toda a sociedade. Leva décadas para construir um sistema nacional de ciência e inovação, mas pode ser muito rápido destruí-lo”, reiterou.  

*Fotos: Peter Ilicciev (CCS)