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Câmara dos Vereadores reconhece atuação de projeto de educação popular ligado à Fiocruz


18/12/2023

Luiza Toschi (Cooperação Social da Fiocruz)*

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Na última quinta-feira (14), o projeto “Tecendo Diálogos e produzindo conhecimento: juventude, favela, promoção da saúde e educação superior” foi homenageado pela Comissão Especial da Combate ao Racismo da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. A homenagem também foi feita ao Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro (FPVP-RJ) e o Fórum Favela-Universidade (FFU) pela atuação coletiva em ações de pesquisa e fomento de práticas de educação popular que impactam diretamente a população negra. “É o reconhecimento de nossa luta por justiça social e de uma atuação pautada nos princípios de solidariedade, apoio mútuo e combate às desigualdades”, disse Taisa Falcão, historiadora, pesquisadora e uma das coordenadoras do projeto.

Para Anna Carolina Lima, militante do FPVP-RJ, Educadora Popular do Pré-vestibular Social do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Estaduais do Rio de Janeiro (PVS Sintuperj UERJ) e bolsista do projeto Tecendo Diálogos, “fortalece muito saber que nosso corre para que as nossas crianças e jovens tenham acesso a uma educação pública de qualidade e igualitária está sendo visto”. Ela foi uma das 60 pessoas do Rio de Janeiro reconhecida por sua atuação, ao lado das instituições que mobiliza. “Estou muito grata e mais entusiasmada do que nunca para me manter na luta. A sensação é de que está cada vez mais evidente a importância do espaço dos pré-vestibulares populares no combate ao racismo voltado para a juventude”, completou.

O Tecendo Diálogos é fruto da articulação de instituições como a Coordenação de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz (CCSP/Fiocruz), o Museu da Vida Fiocruz e os dois fóruns, o FPVP-RJ e o FFU. Além destas, fazem parte de seu Comitê de gestão o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm), o Museu da Maré, a Rede de Empreendimentos Sociais para o Desenvolvimento Socialmente Justo, Democrático e Sustentável (RedeCCAP), o Conselho Comunitário de Manguinhos e Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PR5/Ufrj).

Potência para mobilizar jovens moradores de periferias

O VII Seminário de Educação Popular reuniu mais de 150 pessoas na Baixada Fluminense em dia de sol extremo

A articulação entre o projeto Tecendo Diálogos e o Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro foi responsável por realizar, em novembro (18), o seminário com o tema “FPVP-RJ - 5 anos: Onde chegamos e para onde vamos?”. Lideranças, educadores, pesquisadores, estudantes universitários, egressos e ingressantes, se reuniram no CIEP José Lins do Rego, em São João de Meriti, para debater pautas como: impactos climáticos nas periferias; reforma do ensino médio; periferia e educação popular; vivências de vestibulandes; e indígenas no contexto urbano. 

 “A ideia é que, enquanto educadores populares e estudantes de pré-vestibulares populares, a gente também se entenda como promotores de saúde e possa pleitear políticas públicas”, disse Taisa Falsão, historiadora, pesquisadora e uma das coordenadoras do projeto. “Ainda não integramos as políticas públicas, mas as fortalecemos. Desde a década de 80, cada pré-vestibular comunitário e social desse país foi responsável pela mobilização da política de cotas no Brasil”, completou.

Mesmo com o sol forte e sensação térmica de 60 graus na região, 150 pessoas se reuniram para o evento. André Luiz, aluno da Rede Utopia, avaliou que os debates de temas complexos se deram de forma acessível e ajudaram a compreender o que cada um pode fazer para transformar a realidade da educação. “Quando você vem de um colégio público, você não tem muita noção de como vai ser seu futuro nem de que você pode mudar alguma coisa. Para ele, ficou evidente que “adquirir conhecimento é também uma forma de transformar a própria vida, mas também a das pessoas ao redor que estejam em situações vulneráveis”.

Sobre o encontro, o professor titular da Universidade Federal Fluminense (UFF) e colunista do jornal TODA PALAVRA, Waldeck Carneiro, divulgou (24/11) artigo sobre às desigualdades educacionais excludentes, no âmbito do acesso às instituições de ensino superior públicas, enfrentadas por estudantes pobres, negros, favelados e periféricos. No artigo, ele cita sua participação no VII Seminário de Educação Popular. Leia o artigo na íntegra.

Atuação em âmbito nacional

Representantes, teses e atividade autogestionada do GT de Saúde Mental na 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental Domingos Sávio

O projeto Tecendo Diálogos, na articulação com o Fórum Favela Universidade e o Fórum de Pré-Vestibulares Populares do Rio de Janeiro fortalece a educação popular e a promoção da saúde a partir da perspectiva da saúde mental de jovens periféricos e moradores de favelas. 12 pessoas do Grupo de Trabalho sobre o tema estiveram em Brasília para participar da Conferência Nacional, quatro delas como delegadas, entre mais de mil. O evento debateu “A política de Saúde Mental como Direito: pela defesa do cuidado em liberdade, rumo a avanços e garantia dos serviços de atenção psicossocial no SUS”. Foram abordados: saúde mental nas favelas e periferias; a importância do fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial; o combate às comunidades terapêuticas; o uso da cannabis medicinal; cuidado em liberdade; entre outros.

O GT de Saúde Mental realizou a atividade autogestionada “Educação, Territórios Populares e Cultura: instigando debates promotores em saúde”. Como parte da etapa preparatória para envio da proposta de atividade, teses a serem discutidas e a eleição da equipe de pessoas delegadas para a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental, foi organizada uma Conferência Livre de Saúde Mental das Favelas e Periferias. Nela foram debatidas estratégias de enfrentamento das desigualdades em saúde mental e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde a partir de parcerias em territórios urbanos, rurais e comunidades tradicionais. O evento foi realizado em setembro (30) em formato virtual pelo Centro de Estudos Brasileiros em Saúde (Cebes) e pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme).

*escrito com apoio da jornalista e bolsista do projeto Tecendo Diálogos, Renata Dutra

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