Fiocruz

Fundação Oswaldo Cruz uma instituição a serviço da vida

Início do conteúdo

Ações de comunicação durante crise yanomami são destaque no CD


18/09/2023

David Barbosa (CCS)

Compartilhar:

 As ações de comunicação da Fiocruz junto ao povo yanomami abriram a reunião do Conselho Deliberativo da Fiocruz na sexta-feira (15/9). Equipes da revista Radis, Canal Saúde e VideoSaúde apresentaram um balanço das produções realizadas desde que o Ministério da Saúde decretou estado de emergência sanitária no território indígena, em Roraima, em janeiro deste ano. Ao longo da crise, as equipes de comunicação da Fiocruz foram as únicas autorizadas a produzir materiais no território yanomami, encaminhados ao Ministério e distribuídos para os veículos de comunicação de todo o mundo.

Para colaborar com o enfrentamento à crise, a Fiocruz criou uma Sala de Situação para a Terra Indígena Yanomami, integrou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-Yanomami) da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS), e promoveu diversas ações de comunicação, incluindo um Especial de Saúde Indígena na Agência Fiocruz de Notícias, uma edição especial da revista Radis e programas e documentários do Canal Saúde e da VideoSaúde Distribuidora.

 “A comunicação é fundamental e estruturante para a promoção da saúde”, ressaltou o editor da Radis, Luiz Felipe Stevanim. “Nós só conseguimos fazer esse trabalho se tiver afeto. Fomos ao território entendendo a especificidade dele, e o diálogo norteava o nosso olhar. É preciso ouvir, ter sensibilidade. O papel da Fiocruz é não deixar que esse assunto vá para debaixo do tapete.” A situação do povo yanomami foi destaque no mundo todo após a veiculação das primeiras imagens que denunciavam a grave falta de assistência sanitária, a devastação da floresta e os abusos cometidos por mineradores e garimpeiros contra os indígenas.

 

A coordenadora da VideoSaúde, Daniela Muzi, lembrou ações realizadas durante a estadia, como a instalação de uma tela de projeção onde eram exibidos documentários e séries produzidos pela Fiocruz. Ela também destacou a qualificação dos profissionais envolvidos na viagem. “A reestruturação do território passa pelo que eles chamam de bem-viver, pela saúde do corpo e do espírito”, disse Daniela. “As equipes que estiveram lá eram formadas por profissionais que atuam no âmbito da pesquisa e do ensino em comunicação e saúde. Não queríamos reproduzir as mesmas imagens que estavam sendo veiculadas. Pudemos ter esse olhar cuidadoso, integral, empático, entendendo que essas pessoas mereciam ser representadas com dignidade”, relatou.

 

A coordenadora do Canal Saúde, Marcia Corrêa e Castro, avaliou que a oportunidade de trabalhar de maneira integrada foi um dos maiores aprendizados para as equipes de comunicação da Fundação e frisou a necessidade de dar visibilidade aos povos indígenas. “O grande ganho da comunicação foi realmente conseguir trabalhar de forma integrada, que deve ficar como lição para a instituição. Todas as imagens foram disponibilizadas para o Ministério da Saúde, já que nenhuma outra equipe pôde ir ao território”, destacou Marcia. “Também é preciso lembrar que a emergência não é só yanomami, tampouco acabou. Temos muitos outros povos indígenas vivendo situações tão graves quanto essa, mas que ainda não ganharam visibilidade.”

A coordenadora da Sala de Situação para Terra Indígena Yanomami, Patricia Canto, anunciou que a Fiocruz está organizando uma mostra com parte da produção realizada no território yanomami, com previsão de estreia em novembro. A iniciativa é uma parceria com o Museu da Vida e está sendo construída em diálogo com lideranças do povo yanomami. Ela encerrou a apresentação agradecendo a todos os envolvidos nas iniciativas:

“Esse trabalho precisou de uma articulação para além da comunicação, como o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), que realizou as avaliações de saúde pré-viagem, e o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), que também esteve no território. Cada uma das equipes teve um olhar totalmente especial. É preciso agradecer a estes profissionais, que tiveram tanta sensibilidade em retratar as potências, e não apenas os sofrimentos que o povo yanomami passa”, disse Patrícia.

Voltar ao topoVoltar