16/05/2017
Por: Maíra Menezes (IOC/Fiocruz)*
Confirmando o seu compromisso com a integridade na divulgação científica, a revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz aderiu ao Comitê de Ética em Publicação (Cope na sigla em inglês). Criado no Reino Unido, o grupo reúne mais de dez mil periódicos internacionais. Além de obedecer a princípios de transparência e boas práticas de publicação, que são avaliados para aprovação da adesão, os participantes do Cope assumem o compromisso de respeitar o código de conduta para editores de publicações científicas. Na lista de padrões mínimos obrigatórios, o documento traz normas que orientam o relacionamento com autores, leitores, conselho editorial e financiadores; o processo de revisão por pares; e o enfrentamento de casos de má conduta científica, entre outros aspectos.
“A adesão ao Cope confere um selo de qualidade à revista, atestando o compromisso com padrões de ética na publicação”, afirma a pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Claude Pirmez, editora-chefe das ‘Memórias’ e integrante do Fórum de Editores Científicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo processo de submissão de candidaturas ao Cope. Além das Memórias, quatro periódicos publicados pela Fiocruz foram aprovados como membros do grupo: Cadernos de Saúde Pública; História, Ciências, Saúde – Manguinhos; Trabalho, Educação e Saúde; e Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia.
Integridade e responsabilidade
Desde 2005, Memórias é a revista mais citada da América Latina, alcançando mais de seis mil referências publicadas em artigos científicos em 2015, segundo a última edição do Journal Citation Reports. De acordo com Claude, a promoção da integridade e o combate aos casos de má conduta científica são aspectos fundamentais para a credibilidade do periódico. “A integridade científica resulta da conduta ética do pesquisador, que não pode cometer atos desonestos como plágio, fabricação e modificação de dados. No entanto, o dever de zelar pela integridade cabe também às instituições científicas, às revistas e aos financiadores. Nas Memórias, temos processos estabelecidos que vão desde a pesquisa para verificar a ocorrência de casos de plágio antes de aceitar um artigo para publicação até a transparência na retratação nos casos em que a má conduta ou o conflito de autoria são detectados posteriormente”, ressalta a editora.
Além de estabelecer um código de conduta para os editores que participam do grupo, o Cope sugere melhores práticas para as publicações, presta aconselhamento para o enfrentamento de casos específicos de má conduta e fornece ferramentas que podem contribuir para a promoção da integridade científica, incluindo aulas online e aplicativos para a realização de auditorias.
Criada em 1909, Memórias alia tradição e inovação. O periódico tem dupla gratuidade, para acesso e para publicação, disponibilizando todo o conteúdo na internet. Os estudos publicados também podem ser acessados em bases de dados internacionais, incluindo PubMed Central e SciELO. Em 2016, considerando o contexto da emergência internacional de saúde pública relacionada ao vírus zika, a revista lançou uma via rápida para submissão de trabalhos, denominada de Fast Track. Assim, as pesquisas sobre o tema submetidas para publicação passaram a ser divulgadas online em um prazo de 24 horas. Este ano, o sistema foi expandido, incluindo também estudos relacionados à febre amarela e à chikungunya.
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