06/11/2015
Fonte: COC/Fiocruz
A Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) obteve a aprovação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para dar início ao Mestrado Profissional em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde, o único dessa área no Brasil. Aprovado pelo órgão com nota 4, uma das mais elevadas concedida a novos cursos, o programa deve abrir processo seletivo no primeiro semestre de 2016. A previsão é de que as aulas comecem em agosto do ano que vem.
Criado a partir do curso de pós-graduação lato sensu em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde, que desde 2010 já formou 112 especialistas, o mestrado nasce da experiência acumulada nesse campo pela Casa de Oswaldo Cruz. A unidade tem a guarda de acervos – arquivístico, bibliográfico, museológico e arquitetônico – de grande relevância para o campo das ciências e da saúde e promove ações de valorização e divulgação desses bens culturais.
Para a vice-diretora de Pesquisa, Educação e Divulgação Científica da COC, Magali Romero Sá, o novo mestrado representa uma conquista para a área do patrimônio documental e arquitetônico relacionado às ciências e à saúde. “Sua aprovação, com a nota 4, simboliza os esforços dos profissionais da COC e das instituições parceiras que trabalharam para estruturar um mestrado capaz de promover novas formas de identificar e compreender as dimensões da preservação da memória e da gestão de acervos históricos”, declarou.
De caráter interdisciplinar, o programa visa capacitar profissionais para atuar nas áreas de gestão, divulgação e preservação do patrimônio cultural das ciências e da saúde a partir de uma reflexão crítica sobre as diferentes técnicas, procedimentos e normas que colaboram para o desenvolvimento de ações de intervenção, com base em instrumentos de planejamento, monitoramento e avaliação de resultados.
Segundo o coordenador do curso, Renato Gama-Rosa, o mestrado tem por objetivo suscitar a discussão sobre a importância da gestão e da preservação do patrimônio cultural para a área da saúde e das ciências biomédicas no Brasil. “O curso se estrutura a partir da interseção de diferentes áreas do conhecimento – patrimônio, arquitetura, urbanismo, acervos, ciências, saúde e sociedade -, contribuindo para a construção de um olhar interdisciplinar sobre o patrimônio cultural e para a promoção de uma formação profissional diferenciada nessa área”, afirma.
O curso vai dispor de ampla infraestrutura para a realização das aulas e a condução de pesquisas sobre métodos e processos de conservação e restauro, incluindo laboratório fotográfico, laboratório de conservação de documentos, além da reserva técnica museológica. Os alunos também terão acesso à rede de bibliotecas da Fiocruz e às atividades de conservação do conjunto de prédios históricos da instituição, que inclui edificações ecléticas do início do século 20 e exemplares do período modernista.
Marcado pela diversidade de olhares sobre a questão do patrimônio, o corpo docente é formado por 17 professores da Casa de Oswaldo Cruz e de outras instituições do Rio de Janeiro, entre as quais a Fundação Jardim Botânico, a Fundação Casa de Rui Barbosa, a Fundação Nacional de Arte (Funarte) e o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). O programa conta ainda com dois parceiros internacionais -Universidade Católica Portuguesa e a Universidade Nova de Lisboa.
O mestrado terá duas linhas de pesquisa. A primeira - Patrimônio cultural: história, memória e sociedade - busca dar subsídios para que os alunos possam problematizar a construção do reconhecimento e da valorização de determinados registros/objetos como itens relacionados à área das ciências e da saúde a serem preservados no tempo.
A linha Patrimônio Cultural: preservação e gestão visa fomentar pesquisas, estudos e produtos voltados ao debate contemporâneo sobre a gestão do patrimônio cultural, compreendendo operações, procedimentos e atores envolvidos nos processos de produção, constituição, organização, uso, salvaguarda e conservação preventiva de acervos institucionais e pessoais, formados a partir das práticas ligadas à área das ciências e da saúde.
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