18/09/2015
Fonte: Bio-Manguinhos/Fiocruz
O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), a Merck e a Bionovis assinaram, nesta quarta-feira (9/9), um acordo de transferência de tecnologia da Betainterferona 1a subcutânea (nome comercial: Rebif®), nas apresentações 22 mcg e 44 mcg, fruto de uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), estabelecida pelo governo federal. A assinatura do acordo de transferência de tecnologia trará a economia de R$ 27 milhões em sete anos aos cofres federais. Além disso, permitirá a garantia de fornecimento da Betainterferona 1a à população por parte do poder público.
O biofármaco é indicado em primeira linha para o tratamento da esclerose múltipla, seguindo os padrões internacionais de tratamento e é comercializado em mais de 80 países em todo o mundo. No Brasil, cerca de 27% dos pacientes usam a Betainterferona 1a produzida pela Merck, que passará a fazer parte do portfólio do laboratório público brasileiro, quando concluído o processo de transferência da tecnologia.
A esclerose múltipla é uma doença degenerativa e sem cura, que afeta gravemente a qualidade de vida dos pacientes. Ela atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas pelo mundo, notadamente indivíduos entre 20 e 40 anos de idade - 75% mulheres. Embora não seja letal, a esclerose múltipla pode acarretar, nos casos de maior gravidade, em paralisia de membros ou perda da visão. Os sintomas mais comuns da esclerose múltipla são fraqueza dos membros e dificuldade para caminhar, a perda da visão em um ou nos dois olhos, visão dupla, as parestesias (dormências e formigamentos), desequilíbrio e falta de coordenação motora, tonturas e zumbidos, tremores, dores, fadiga e alterações no controle da urina e fezes.
Os interferons são proteínas produzidas pelo corpo humano. Seu tipo beta tem eficácia comprovada no tratamento da esclerose múltipla, mesmo sem curá-la. O biofármaco modula o sistema de defesa imunológico do organismo ao reduzir a agressão de linfócitos e anticorpos contra a bainha de mielina das fibras nervosas. Dessa forma, reduz as inflamações e lesões do cérebro e medula espinhal e traz considerável melhoria na qualidade de vida dos pacientes. O tratamento da enfermidade e o uso do biofármaco são garantidos pelo Sistema Único de Saúde desde 2001, através da Portaria 97 da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, devido a seu alto custo para o paciente.
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