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Mês da Mulher Negra: Fiocruz promove diferentes iniciativas em prol da equidade


25/07/2024

Mario Ferreira Junior (Cedipa/Fiocruz)

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Nesta quinta-feira (25), celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. No Brasil, também se comemora o Dia Nacional de Tereza de Benguela, ícone na luta contra a opressão colonial escravagista, oficialmente incorporado ao calendário em 2014 pela Lei n. 12.987/2014. O mês de julho é dedicado às mulheres negras, com uma agenda conjunta e propositiva em várias esferas da sociedade, visando fortalecer sua luta política. 

De acordo com dados do Ministério da Igualdade Racial (MIR), as mulheres negras são o maior grupo populacional, 60,6 milhões, sendo 11,3 milhões de mulheres pretas e 49,3 milhões de mulheres pardas que respondem por mais de 28% da população total do Brasil.  

Elas também representam 60,9% das usuárias dos SUS, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (IBGE, 2020). As mulheres negras e periféricas enfrentam desafios ainda mais significativos, como falta de acesso a serviços de saúde, cuidados pré-natais, planejamento familiar, tratamento de doenças crônicas e saúde mental. 

A líder do eixo de enfrentamento às desigualdades étnico-raciais da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa/Fiocruz), Roseli Rocha, destaca que a Fundação, em parceria com diversos coletivos, promove ações de formação antirracista e combate ao racismo institucional na saúde.  Entre elas, a Cedipa realizou a roda de conversa Mulheres Negras por uma Sociedade Antirracista e desenvolveu oficinas de formação antirracista, como Racismo Recreativo: Introdução ao Debate e África do Sul: História e Cultura, no Museu da Vida, no Campus de Manguinhos, voltadas para alunos e trabalhadores.  

A Cedipa também apoiou a organização da 2ª edição da Feira Preta, em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), e ofereceu formação para comissões de Avaliação Biopsicossocial e de Heteroidentificação Racial nas unidades da Fundação.  “Seguimos firmes no fortalecimento da luta pela equidade no SUS e na efetiva implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Queremos, de fato, uma ‘Saúde sem Racismo’”, afirma Roseli.  

Luta Antirracista  

É nessa perspectiva de enfrentamento institucional que a Fiocruz lançou, em abril de 2023, a Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero. O documento reconhece a defesa dos direitos das mulheres negras como fundamental e o desenvolvimento de ações mais equânimes na instituição.  

Na sua trajetória profissional, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, destaca a importância da instituição para a promoção da igualdade de gênero no campo científico. “Trabalhar aqui me permite investir em diversidade de gênero e raça e na formação de mais mulheres negras, essenciais para promover mudanças reais e profundas na sociedade, buscando um futuro mais inclusivo e digno”, afirma Marilda, a primeira mulher negra a ocupar um cargo de direção em mais de 60 anos de existência da Fiocruz Bahia.  

Julho das Pretas 

O Julho das Pretas, como é conhecida a articulação de mulheres contra o racismo, também tem servido como uma oportunidade para a construção de agendas políticas de mobilização social. O mês proporcionou encontros para a organização da II Marcha Nacional das Mulheres Negras, que ocorrerá em novembro de 2025, em Brasília, e pretende reunir um milhão de mulheres. Com o lema Reparação e Bem Viver, a Marcha traz, entre suas reivindicações, a efetiva implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra no SUS, o enfrentamento ao racismo institucional e a garantia do atendimento ao aborto legal na rede pública.  

“Mulheres negras são diariamente atingidas por interseções de opressões e violência na sociedade. Este mês é uma oportunidade para integrar estratégias de articulação e mobilização política, passos fundamentais para nossa resistência e avanço”, diz a coordenadora de Articulação Política e Mobilização do Instituto Marielle Franco, Nathalia Carlos.  

Trajetórias Negras  

Como parte da agenda de articulações, a Cedipa esteve em Brasília para o evento Pela Saúde das Mulheres Negras, a convite do Ministério da Saúde, na quarta-feira (24), no Palácio do Itamaraty, em Brasília. No mesmo dia, participou da roda de conversa Mulheres negras e suas potencialidades, promovida pela Fiocruz Brasília. Também participaram do encontro a coordenadora de Políticas Culturais e Territórios Educativos do Ministério da Cultura, Cristiane Sobral; e da educadora e ativista negra Lydia Garcia. 

O papel das mulheres negras na atenção à saúde da Fiocruz também foi celebrado no Trajetórias Negras, realizado em 16 de julho. O evento foi promovido pelo Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, com apoio da Cedipa, da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe), do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc/SN) e Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict), e homenageou Jurema Lourenço, da Cogepe;  Valéria Castro, da Ensp; e Luciana Lindenmeyer, da Fiocruz Ceará, destacando suas importantes contribuições dentro da Fundação.    

 

 

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